CHEFE DA CASA

MÃE MARIA DE CAMARGO BIOGRAFIA

  Mãe Maria de Camargo nasceu no dia 29 de outubro , contudo o ano não sabemos com precisão , estima-se que seja entre 1590 e 1592...

MÃE MARIA DE CAMARGO

"O olho é a lâmpada do corpo. Se o teu olho é bom, todo o teu corpo se encherá de luz. Mas se ele é mau, todo o teu corpo se encherá de escuridão. Se a luz que há em ti está apagada, imensa é a escuridão em ti." (Mestre Jesus Cristo).

segunda-feira, 26 de março de 2018


                     




    Nós umbandistas temos um local dentro de nossos templos, casas ou terreiros no qual respeitamos muito, e claro, amamos aquele local como um pedacinho de nossa residência.

    Esse local tem o nome de Congá, ou também chamado em alguns 

terreiros como Gongá, Jacutá, ou mesmo altar.

    A palavra Congá vem de origem Bantú, e por um modo um tanto errôneo linguístico se transforma em "congár" ou "congal", e é a representação do altar umbandista.

    A palavra altar vem do latim "altus", ou seja, alto, elevado, dando significado exatamente a ideia de ligação entre o ser humano e o Pai Maior, e onde poderemos fazer nossas orações, homenagens,  e demonstrar nossa fé.

    Como sabemos a Umbanda é uma religião sincrética, e como já vimos em algumas histórias, os negros escravizados era catequizados e obrigados a se converter ao catolicismo por seus senhores, e por esse motivo nasceu a associação do panteão africano aos santos católicos, como forma de cultuarem seus Orixás através das imagens católicas sem assim não criarem problemas com seus senhores.

    Portanto o Congá, era um altar católico com os assentamentos e firmamentos escondidos por baixo.
    Dessa forma eram cultuados os Orixás tendo as imagens de Santos católicos, e isso se interligou de uma forma grandiosa, que hoje a maioria dos Congás tem suas imagens católicas, não por obrigação, mas sim pela devoção, contudo sempre visto com a nomenclatura do Orixá, como exemplo disso podemos falar do Orixá Ogum, sincretizado por São Jorge, Santo guerreiro dos católicos, ou mesmo a Orixá Oxum, sincretizada por Nossa Senhora da Conceição, ou mesmo ainda o Orixá Oxalá, que por ser considerado o Pai dos Orixás é sincretizado com Jesus Cristo, assim como todos os outros Orixás tem a sua sincretização.

    A todos que já participaram de uma Gira de Umbanda, seja como trabalhador de um terreiro, ou mesmo apenas como consulente ou assistente, já pôde observar o conteúdo que temos em nossos Congás, pois nele podemos encontrar uma grande variedade de objetos, assim como estátuas de Santos católicos, de Caboclos, de Pretos Velhos, de Boiadeiros, de Erês, Ciganos, de Orixás, quartinhas, velas de diversas cores, pedras/Otás, pontos riscados, flores, objetos do ritual das Entidades de Luz, que seguem a mesma imantação do Congá.

    Muitas pessoas sem informação e sem entendimento costumam dizer 
que o Congá umbandista é apenas um local de idolatria e fetiches sem necessidade, porém essas pessoas não entendem que no Congá está a "ponte" entre o médium e a força superior, ou seja, uma das ligações entre o terreno e o espiritual, e que sem ele essa ligação poderia se
tornar um tanto perigosa, pois serve para o firmamento e segurança do terreiro, afim de não deixar aberturas a espíritos sem luz tomarem conta de uma Gira, na qual certamente seria prejudicial aos Babás e consulentes.

    O Congá tem como preceito o funcionamento de um ponto de referência para qual são direcionadas as ondas e cargas energéticas em forma de preces, rogativas, agradecimentos, meditações, entre muitas outras formas de energizar sua fé.

    Sabemos que os terreiros de Umbanda recebem várias e várias pessoas dos mais diferentes degraus evolutivos, umas que dispensam instrumentos materiais para conseguirem elevar seus pensamentos aos altos planos invisíveis, porém outras tantas pessoas necessitam de elos tangíveis de ligação para a concentração, afloramento e direcionamento do teor mental das mesmas, por esse motivo também, a grande importância do sagrado Congá.

    Temos ainda no Congá algo bem importante que é o quesito sugestibilidade, luminosidade, vibração etc., estimula médiuns e assistentes a elevarem seu padrão vibratório e a serem envolvidas por feixes cristalinos de paz, amor, caridade e fraternidade, emanados pela Espiritualidade Superior atuante.

    Sobre os assentamentos, imantações e firmamentos do Congá, não existe uma regra única a seguir, pois esse ponto vai de terreiro para terreiro, sendo levado em questão as instruções ou dos Zeladores da casa, ou das Entidades que comandam o terreiro. Os elementos sugeridos vão conforme as energias que regem os Guias trabalhadores da casa, e a única regra a ser levada sem esquecimento é que tais assentamentos e firmamentos devem ser feitos, antes de qualquer tipo de trabalho espiritual umbandista no terreiro.

    Também é através do Congá que muitas pessoas que participam de uma Gira de um determinado terreiro pela primeira vez, consegue através dos elementos, imagens, firmamentos e cores de velas, identificar imediatamente quais as forças que coordenam os trabalhos da casa.

    Normalmente em todos os Congás, na parte central, em local mais elevado, se faz uso da imagem de Jesus Cristo, sincretizado com o Orixá Oxalá. Além do respeito ao Pai dos Orixás, essa imagem fica em destaque pelo amor dos umbandistas ao filho de Deus, que também faz com que os não umbandistas se sintam em comunhão, realizados, de sentimentos puros ao depararem com a bela imagem de Jesus Cristo, de braços abertos, como abraçando a todos que venham visitar os terreiros, e os convidando a participarem dessa grande obra de caridade que é a Umbanda.

    O Congá é uma das partes mais importantes de um terreiro de Umbanda, pois ele é um núcleo de força em atividade constante, agindo como centro atrator, condensador, escoador, expansor, transformador, e alimentador dos mais diferentes tipos de níveis de energia e magnetismo.

    Vamos descrever cada um desses centros, para que possamos entender melhor a função do Congá nos terreiros.

Centro Atrator:


     Atrai para si todas as variedades de pensamentos que pairam sobre o terreiro, numa contínua atividade magnético atratora de recepção de ondas ou feixes mentais, quer positivos ou negativos.




Centro Condensador:

    É condensador, na medida em que tais ondas ou feixes mentais vão se aglutinando ao seu redor, um complexo influxo de cargas negativas e positivas, produto da psicoesfera dos presentes.


Centro escoador:

    É escoador, na proporção em que, funcionando como verdadeiro fio terra (para raio) de miasmas e cargas magnético negativas, as comprime e descarrega para a mãe terra, num potente fluxo eletromagnético.


Centro expansor:
 É expansor porque, condensando as ondas ou feixes de pensamentos positivos emanados pelo corpo mediúnico e pela assistência, os potencializa e devolve para as pessoas presentes, num complexo e eficaz fluxo e refluxo de eletromagnetismo positivo.


Centro transformador:

    É transformador porque, em alguns casos e sob certos limites, funciona como reciclador de lixo astral, condensando-os, depurando-os e os vertendo já filtrados ao ambiente de caridade.


Centro alimentador:


É alimentador pelo fato de ser um dos pontos do terreiro a receberem continuamente uma variedade de fluidos astrais, que além de auxiliarem na sustentação do trabalho da Casa, serão o combustível principal para a atividade do Congá (Núcleo de força).


     


 Devemos ter o entendimento que o Congá não é um enfeite para embelezar os terreiros, muito menos um aglomerado de símbolos e objetos aleatórios que são colocados ali para sanar a vaidade de uns ou os devaneios de outros, os Congás estão ali em terreiros honestos e sérios porque tem fundamento, tem uma razão de ser, pois assentados de uma base sólida, lógica, racional, litúrgico magísticas, e sustentados pelo Plano Astral, mantém a casa segura, firme, sem ter a chance de ser atacada por espíritos sem luz, como Kiumbas, Eguns e Zombeteiros.


    Respeitem o Congá como um local sagrado dentro dos terreiros, não tentem inventar assentamentos, imantações ou firmamentos. O Congá é um ponto sagrado, não é um espelho para sua vaidade. Reflita!

Salve nosso Congá!







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