EXU VELUDO
Pois bem mais um Exu será homenageado neste mês, Exu Veludo, muito conhecido na Umbanda, mensageiro de Ogum, é um grande Guardião da Lei.
É assistente imediato do Exu Tranca-Ruas.Obedece á Ogum com ligação com Xangô. Trabalha muito com Exu Meia-Noite que obedece a Xangô com ligação a Ogum.
Seu ponto de força é no lado direito da margem do rio em relação ao por do sol Um outro detalhe observado e que gostam (mas não fazem disso uma constante, talvez devido o ambiente onde está o médium) é o de fazerem os seus médiuns
trabalharem descalços e, quando Exus Veludos caminham, dão a impressão de que estão amassando e/ou pisando sobre areia.
Recebe oferendas de trabalho na beira da água, tanto doce como salgada.
Sua forma astral é na forma de um cavalheiro ricamente vestido, aparecendo entretanto como característica dissonante de sua personalidade.
Veste-se elegantemente de vermelho e preto, também com capa nessa cor.
Bebe todos os tipos de bebidas finas e fortes e fuma charutos de boa qualidade.
A origem do nome é bem antiga, do tempo em que as pessoas de fala mansa, calma, tranqüila, eram lembradas como: "tal pessoa é um veludo no falar".
Portanto, a onomatopéia da voz desse Exu se confunde com uma qualidade de voz aveludada.
Onde incorpora um Exu Veludo, fatalmente incorpora também o Exu Meia Noite, possuindo ambos identidade e apresentação quase idênticas Apesar de ser "um veludo" no falar, é uma entidade muito forte.
Protege por demais os seus médiuns, e exige muito deles para a manutenção dessa ligação médium/Exu Veludo.
Este Exu, vem das costas orientais da África, era swahili (negro arabizado).
Usa um turbante na cabeça, e lindos tecidos de veludo trazidos de oriente, que lhe valeram o apelido na Kimbanda de "veludo" .
Dado a sua forma luxuosa de se vestir, no estilo muçulmano, muitos que viram seu tipo de apresentação através da mediunidade, o confundiram com um cigano e o associaram com os mesmos.
Isto não significa que não trabalhe com os ciganos, ao contrário, tem inclusive uma passagem ou caminho que se apresenta como um.
Tem muitos conhecimentos sobre feitiços que se fazem utilizando panos,tigelas, agulhas, pembas e outros ingredientes.
Abre os caminhos e limpa trabalhos negativos feitos nos cemitérios.
Gosta de um bom whisky e grossos charutos.
A BaiaMaria Antonia Sete Saias nasceu no norte da Bahia num vilarejo chamado Pilão Furado. Era de uma família muito pobre, até que um dia sua mãe, Baiana Dolores, vendeu sua filha para uma dona de cabaré, Dona Carlita, por alguns fardos de arroz, feijão, camarão seco e banha de porco, para alimentar seus outros filhos
Sua mãe chorava muito, pois Sete Saias era a mais velha dos filhos a quem ajudava muito nos trabalhos do lar e na pesca de camarão. Ela se despediu da família e foi morar com a dona do cabaré Carlita.
Maria Antonia conta que era mulher de cabaré, e com os fregueses. Fazia muitas comidas como bobó, acarajé, vatapá, e outras iguarias, até que certo dia um rapaz moreno claro, olhos castanhos, cabelos cacheados e muito belo , começou a frequentar o cabaré.
Quando ela o avistou , foi paixão na certa. A dona do cabaré tinha muito ciúmes dela com os clientes, por ela ser muito bonita, morena com cabelos até as costas, olhos castanhos claros, sábia, educada, recatada e não aceitava nem um namoro da baiana, mas eles foram se vendo cada vês mais. Ele muito apaixonado pediu sua mão em namoro para dona Carlita. Ela disse não “nem pensar tu tá doido cabra da peste” e proibiu Baiana Sete Saias, de servir o belo rapaz apaixonado.
Eles não se aguentavam mais de saudades quando marcaram um encontro através de sua amiga Baiana Flor. Ela escreveu um bilhete para Maria Antonia e entregou ao rapaz ela disse “meu amor não consigo ficar sem você quero fugir, vamos?” Então ele respondeu “vamos amorzinho hoje de madrugada”. Naquela noite ela se deitou para dormir, mas não dormiu então quando todos foram dormir sua amiga disse: “vamos, seu amor te espera”, Ela saiu rapidamente. Lá fora com um burro na carroça esperava seu amor João do Cangaço, eles saíram em disparada com o burro, mas depois de mais ou menos 30 quilômetros, dona Carlita veio atrás de cavalo correndo aos gritos. Ela olhava para trás e dizia “vamos ela esta perto de nós vamos, vamos!”
Em desespero eles não viram um brejo muito fundo e caíram lá. Num piscar de olhos suas vidas se foram por amor, sua dona Carlita chegou até o brejo e não avistou nada. Gritava, chorava e dizia “agora eu te dou sua liberdade”.
Baiana Sete Saias morreu com 27 anos.
Hoje, na Umbanda em evolução fazer a caridade entre o bem e o mal. Seus filhos geralmente tem medo de acidente na estrada sem saber o porquê deste medo.
BAIANO SEVERINO
A NOSSA HOMENAGEM AOS MESTRES E A FALANGE DE LAMPIÃO.
LINHA DO CANGAÇO
LINHA DO CANGAÇO
BAIANO
SEVERINO
SEVERINO
HISTÓRIA DO BAIANO SEVERINO E LAMPIÃO, O "REI DO CANGAÇO"
Antonio Severino, nasceu em 1897 na pequena fazenda dos seus pais em Vila Bela, atual município de Serra Talhada, no estado de Pernambuco. Era o terceiro filho de uma família de oito irmãos.
Desde criança demonstrou-se excelente vaqueiro. Cuidava do gado bovino, trabalhava com artesanato de couro e conduzia tropas de burros para comercializar na região da caatinga, lugar muito quente, com poucas chuvas e vegetação rala e espinhosa, no alto sertão de Pernambuco (chama-se Sertão as regiões interiores e distantes do litoral, onde reinava a lei dos mais fortes, os ricos proprietários de terras, que detinham o poder econômico, político e policial). Em 1915, acusou um empregado do vizinho de roubar bodes de sua propriedade. Começou, então, uma rivalidade entre as duas famílias. Quatro anos depois, ele e dois irmãos se tornaram bandidos. Matavam o gado do vizinho e assaltavam. Os irmãos fugiram da fazenda.
História de Pai José de Angola
Em uma prosa informal, Pai José contou sua história com simplicidade, bem típica dele. Aqui está à história deste Preto Velho tão querido, transcrita por mim da maneira mais fiel possível para que todos possam compreender...
Em Angola por volta de 1640 nasceu o Pai Jose de Angola,. Em sua cidade natal foi escravizado por volta dos seus 30 anos de idade e trazido ao Brasil nos chamados ‘Navios Negreiros’.
Nesta longa viajem viu muitos amigos e conhecidos morrerem por doenças ou fraquezas e serem lançados ao mar, mas sua fé nos Orixás era o que o fortalecia. Ao chegar ao Brasil, percebeu que a língua falada aqui era a mesma de sua cidade, o português.
Como era um negro muito sadio e forte, com dentes brancos e bons, foi vendido como escravo para ser um ‘reprodutor’, pois naquela época pensavam que os negros não tinham amor, não tinham sentimentos. E assim foi trabalhar na colheita de café e cana de açúcar em uma fazenda.
Na senzala encontrou uma linda escrava, Maria Conga, pela qual se apaixonou. Seu romance foi complicado, pois ela trabalhava na casa principal da fazenda, acompanhante da sinhazinha, filha do coronel da fazenda.
Entre o trabalho escravo nas colheitas e ser um escravo reprodutor, teve filhos incontáveis na senzala, alguns permaneceram ao passar dos anos na mesma fazenda, outros morreram ou foram vendidos.
Como sempre foi um escravo que não se conformava com a situação da escravidão porque não se conformava em viver como um animal tentou realizar várias revoluções, mas mudar a cabeça e o pensamento das pessoas sempre foi muito difícil, não tendo sucesso em seus movimentos, ficou marcado pelos capitães do mato e pelo coronel da fazenda onde era escravo.
Os escravos que estavam fracos ou doentes e que tentavam fugir eram lhes dado melancia e leite, o que supostamente faria mal aos escravos e morreriam, mas na verdade era somente uma desculpa para serem mortos pelos capitães do mato.
Mesmo quando alguns escravos conseguiram a Carta de Alforria, Pai José com aproximadamente 70 anos ainda tentou fazer mais uma revolução com filhos e outros negros da fazenda. Desta vez os escravos conseguiram fugir, indo à direção ao tão falado Quilombo de Palmares. Porém, já com a idade avançada não tinha o mesmo pique dos seus filhos que ainda o acompanhavam e os escravos que participaram desta fuga. Em muitos momentos o carregaram para que conseguisse acompanhar a fuga.
Enquanto isso os capitães do mato os perseguiam com cachorros e a cavalo para a captura dos escravos fugitivos, já que os Coronéis para manter sua fama e “estatus” não podiam deixar que qualquer escravo fugisse e/ou escapasse vivo destes feitos.
Pai José pediu aos seus companheiros para seguirem em frente e o deixarem para trás, pois só atrasaria os outros escravos, que seriam capturados e castigados. Esconde-se no meio de algumas pedras (buraco) através de uma fenda. Seu azar foi que tinha pouco tempo e ali também estava escondido um gato. Pai José contou que os escravos naquela época costumavam enganar o faro dos cachorros colocando cinzas em sua volta para enganar o cheiro, mas devido aos fatos, os cachorros acabaram seguindo o gato e seu verdadeiro faro, capturando o escravo na fenda em meio às pedras. Pai José descobriu mais tarde que um escravo capturado havia denunciado seu trajeto de fuga, provavelmente em troca de sua vida. (Pai José não demonstrou rancor ao relatar este fato e nem citou o nome do escravo)
Na fazenda os feitores como castigo, amarraram-no em uma pedra por sete dias e sete noites ao tempo. Seu castigo pela fuga e por acharem que ele era o principal incentivador da revolução e fuga foi muito severo, cortaram pedaços de seu corpo, como dois dedos das mãos e recebeu muitas chibatadas, ficou sem nada para comer ou beber. Os feitores tinham a intenção que o escravo contasse onde estavam escondidos os outros escravos fugitivos. Mesmo com a severa punição, o Preto Velho não desistiu de sua vida nem dedurou os outros escravos, principalmente pela fé em Oxalá, na natureza e pela ajuda de Maria Conga, sua companheira, que nas madrugadas levava para seu querido preto uma ‘canja aguada’ com restos de comida que conseguia na fazenda.
Como os feitores tinham certeza que o escravo era o revolucionário que havia comandado a fuga, com a ordem do ‘sinhozinho’ Pai José foi liberto, para morrer ou com a intenção de que os outros escravos fugitivos o encontrassem, acabando com a fuga e a revolução. Naquela época os feitores precisavam capturar todos os escravos fugitivos vivos ou mortos para mostrar a sociedade e continuar com sua força, fama, liderança e com suas fazendas. Após os escravos fugitivos serem capturados e muitas vezes mortos, seus corpos eram expostos à sociedade e em seguida jogados no manto.
Pai José muito debilitado pelo massacre em seu corpo e pela franqueza, saiu por trás de uma casa muito antiga e em uma emboscada encontrou uma cumbuca cheia de bolachas (ele descreveu-as como as nossas atuais bolachas de natal), como a fome estava grande, não pensou e as comeu, e cada vez que comia mais uma bolacha queria comer mais, chegou a comer toda a cumbuca (as bolachas estavam envenenadas) e em seguida foi se sentindo muito mal, com dores fortes no peito até que sua respiração parou, findando assim a vida terrena do escravo Pai José de Angola.
No final de nossa prosa, Pai José falou sobre seu nome, disse que naquele tempo não havia nomes diferentes como os de hoje em dia e sim muitos Antônios, Josés e Marias; assim existiam vários escravos com o mesmo nome e o seu é Pai José de Angola.
Disse finalizando e com pressa de “ir embora” que se no passado não existissem os escravos, não teríamos hoje a nossa religião Umbanda.
MÃE MARIA DE CAMARGO
Mãe Maria de Camargo nasceu no dia 29 de
outubro , contudo o ano não sabemos com precisão , estima-se que seja entre
1590 e 1592. Ela veio como escrava para o Brasil ficando na região da Bahia
trabalhando nas lavouras de cana de açúcar.
Como
escrava vivia em condições de penúria recebendo do senhor apenas o mínimo para
sobreviver e apenas dois sacos de estopa para usar como roupa.
Desde
cedo Mãe Maria se afirmou como parteira entre os escravos, ajudando as mulheres
a terem seus filhos naquela situação tão degradante , nas quais eram obrigados
a viver, pois as mulheres que demoravam muito para ter seus filhos, tinham suas
pernas amarradas para evitar que a criança nascesse e o feitor pulava na
barriga da escrava matando o bebê e a mãe . Chegando a ajudar até mesmo uma
cadelinha que estava tendo dificuldades para ter sua cria.
As
escravas deviam voltar ao trabalho logo após terem os bebês, elas os levavam
para o campo consigo, cavavam um buraco no chão para deixa-los dentro enquanto
trabalhavam, e muitos dos bebês e mães não sobreviviam a estas condições. Com o
tempo, passou a ser parteira das mulheres na casa grande também.
Mãe
Maria viveu como muitos anos, quando estava fraca e com idade avançada, os
feitores amarraram seus braços e pernas
num instrumento de castigo por vários dias, sem água e comida, mas como ela
ainda sobrevivia, um dos feitores pisou em suas costas quebrando-lhe a coluna,
e no dia seguinte dia 28/10 Mãe Maria faleceu, fazendo sua passagem um dia
antes de completar os noventa anos de idade.
Ao
desencarnar, ela se viu num lugar claro onde havia dois caminhos para serem
escolhidos: um liso e outro pedregoso. Ela decidiu prosseguir pelo caminho
pedregoso e quando chegou ao seu final algo maravilhoso lhe aconteceu, mas ela
nunca teve autorização para contar o que que aconteceu.
Ela
, após sua passagem levou apenas 6 meses para iniciar sua obra de cura e ajuda
às pessoas que que precisavam. A
primeira vez que Mãe Maria veio trabalhar com a Dona Benedita, foi em 1952. Ela
veio e disse que estava lá pra trabalhar com aquele cavalo e benzer uma criança
que havia saído da casa santa.
Mãe
maria benzeu e curou a criança, desde então ela continuou a trabalhar com o cavalo
que tinha escolhido para seu trabalho de cura por mais de 60 anos e ela avisou
que só iria trabalhar enquanto seu cavalo vivesse e assim se fez.
Hoje
Mãe Maria ascendeu para bem perto de nosso pai e só volta à terra em ocasiões
especiais.
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