ENTIDADES
E FALANGES
Entidade é
o nome dado a todos os espíritos que estão em determinada faixa de vibração
astral que atuam dentro da Umbanda. Conforme seu grau de evolução espiritual,
esses espíritos são levados a fazer parte de uma falange (agrupamento de
espíritos), a fim de atuarem, aprenderem e evoluírem espiritualmente. Lá eles
permanecem até a possível volta para uma reencarnação ou a evolução para um
plano espiritual superior. São as entidades que incorporam nos rituais de
Umbanda, uma vez que os Orixás não incorporam.
A função
das entidades pertencentes às falanges é justamente vir à Terra e executar o
trabalho ordenado pelo Orixá. São as entidades os portadores da força divina
que correspondem aos Orixás. As entidades que trabalham na Umbanda se
apresentam em dois graus hierárquicos, a saber:
- Guias
(que podem ou não ser chefes de falange ou de legião)
- Protetores.
A cada
falange corresponde a vibração original de um Orixá. As outras seis falanges
deste Orixá correspondem ao cruzamento de sua energia original com a dos
demais. Um exemplo de como ocorre esse cruzamento entre as linhas de Umbanda é
a linha de Ogum Beira-Mar, que vem a ser o cruzamento da linha de Ogum com a de
Iemanjá.
Quando um
médium trabalha com uma determinada entidade, ele não trabalha com um único
espírito. O que ocorre é que todos os espíritos que constituem determinada
falange atuam numa única faixa vibratória com a qual penetram na faixa
vibratória do médium,. Em outras palavras, os espíritos não trabalham
isoladamente, mas "em falange", todos numa única vibração. Isso
explica porque podemos encontrar entidades de mesmo nome atuando em locais
diferentes à mesma hora, ou até mesmo no mesmo local. As entidades trabalham em
multiplicidade, cada uma conservando o nome e as características do chefe da
falange que compõem. Embora não seja muito comum, é possível acontecer que um
mesmo espírito, embora seja uma só vibração, venha em diversas falanges, com
diferentes nomes, conforme sua missão espiritual. Um espírito de certo grau de
evolução pode se desdobrar na vibração, ou seja, aumentá-la ou diminuí-la,
obviamente que dentro de um certo limite preestabelecido. Desta forma, essa
entidade pode se apresentar ora numa faixa, ora em outra. Por exemplo: Se ela
atua normalmente sob a linha do Oriente, pode num desdobramento de vibração,
apresentar-se na forma de um caboclo, embora conserve também suas
características essenciais. Isso ocorre em virtude de uma despersonalização do
espírito, ou seja, ele se despoja das características individuais de suas
encarnações, já que as entidades de umbanda estão acima de uma identidade
individual. Não utilizando, portanto, as entidades os nomes de batismo na
Terra, já que há muito transcenderam sua individualidade.
Existe
ainda uma outra subdivisão, que diz respeito à faixa etária das entidades.
Desse modo, temos as crianças, os adultos e os velhos. Por exemplo: podemos ter
uma criança de Xangô, um Caboclo de Oxossi e um Preto Velho de Oxalá. Outro
tipo de entidade que se apresenta na Umbanda são os Exus, agentes mágicos que
trabalham transmutando a magia no plano astral, os quais, infelizmente, são
muitas vezes conhecidos erroneamente com conotações pejorativas. As entidades,
conforme sua faixa vibratória, dividem-se em várias falanges:
OS
CABOCLOS
São
entidades, em sua maioria, de indígenas desencarnados que, depois de centenas
de anos no plano astral, resolveram abraçar o novo movimento religioso de
Umbanda. Trabalham na caridade como verdadeiros conselheiros, ensinando o amor
ao próximo e a natureza, tendo como missão principal o ensinamento da
espiritualidade e o encorajamento da fé. Os Caboclos trouxeram para a Umbanda
toda a magia dos Pajés, a defumação pelos charutos e cachimbos, e o poder
milagroso das ervas que são passadas para banhos de limpeza e chás para a parte
física; ajudam na vida material com trabalhos de magia positiva, limpam a nossa
aura e proporcionam uma energia de força que irá auxiliar e encorajar o nosso
espírito preparando-o para que consigamos o nosso objetivo. Os Caboclos de
Umbanda são entidades simples e através da sua simplicidade passam
credibilidade e confiança a todos que os procuram, seus pontos riscados, grafia
sagrada dos Orixás, traduzem uma forte magia, é através desses pontos que são
feitas limpezas e evocações de elementais e Orixás para diversos fins. Nos seus
trabalhos de magia costumam usar pembas, (giz de várias cores imantados na
energia de cada Orixá), velas, geralmente de cera, essências, flores, ervas,
frutas, charutos e incenso. Sua saudação: "Okê Caboclo, Okê Bambi
Ôcrim"
OS
PRETOS VELHOS
A linha é
um todo, com suas características gerais, mas diferenças ocorrem porque os
Pretos-Velhos são trabalhadores de Orixás e trazem para sua forma de trabalho a
essência da irradiação do Orixá para quem eles trabalham. Usam ervas em seus
trabalhos de magia e principalmente para rezar as pessoas. Da mesma forma que
os Caboclos, os Pretos Velhos usam cachimbos para limpeza espiritual, jogando
sua fumaça sobre a pessoa que esta recebendo o passe e limpando a aura de
larvas astrais e energias negativas. Essas diferenças são evidenciadas na
incorporação e também na maneira de trabalhar e especialidade deles. Para
exemplificar, separaremos abaixo por Orixás:
Pretos-Velhos
De Ogum
São mais
rápidos na sua forma incorporativa e sem muita paciência com o médium e as
vezes com outras pessoas que estão cambonando e até consulentes.São diretos na
sua maneira de falar, não enfeitam muito suas mensagens, as vezes parece que
estão brigando, para dar mesmo o efeito de “choque”, mais são no fundo
extremamente bondosos tanto para com seu médium e para as outras pessoas.São
especialistas em consultas encorajadoras, ou seja, encorajando e dando
segurança para aqueles indecisos e “medrosos”. É fácil pensar nessa
característica pois Ogum é um Orixá considerado corajoso.
Pretos-Velhos
De Oxum
São mais
lentos na forma de incorporar e até falar. Passam para o médium uma serenidade
inconfundível. Não são tão diretos para falar, enfeitam o máximo a conversa
para que uma verdade dolorosa possa ser escutada de forma mais amena, pois a
finalidade não é “chocar” e sim, fazer com que a pessoa reflita sobre o assunto
que está sendo falado. São especialistas em reflexão, nunca se sai de uma
consulta de um Preto-Velho de Oxum sem um minuto que seja de pensamento
interior. Às vezes é comum sair até mais confuso do que quando entrou, mas é
necessário para a evolução daquela pessoa.
Pretos-Velhos
De Xangô
Sua
incorporação é rápida como as de Ogum. Assim como os caboclos de Xangô,
trabalham para causas de prosperidade sólida, bens como casa própria, processo
na justiça e realizações profissionais. Passam seriedade em cada palavra dita.
Cobram bastante de seus médiuns e consulentes.
Pretos-Velhos
De Iansã
São
rápidos na sua forma de incorporar e falar. Assim como os de Ogum, não possuem
também muita paciência para com as pessoas. Essa rapidez é facilmente
entendida, pela força da natureza que os rege, e é essa mesma força lhes
permite uma grande variedade de assuntos com os quais ele trata, devido a
diversidade que existe dentro desse único Orixá. Geralmente suas consultas são
de impacto, trazendo mudança rápida de pensamento para a pessoa. São
especialistas também em ensinar diretrizes para alcançar objetivos, seja
pessoal, profissional ou até espiritual. Entretanto, é bom lembrar que sua
maior função é o descarrego. É limpar o ambiente, o consulente e demais médiuns
do terreiro, de eguns ou espíritos de parentes e amigos que já se foram, e que
ainda não se conformaram com a partida permanecendo muito próximos dessas
pessoas.
Pretos-Velhos
De Oxossi
São os
mais brincalhões, suas incorporações são alegres e um pouco rápidas. Esses
Pretos-Velhos geralmente falam com várias pessoas ao mesmo tempo. Possuem uma
especialidade: A de receitar remédios naturais, para o corpo e a alma, assim
como emplastros, banhos e compressas, defumadores, chás, etc… São verdadeiros
químicos em seus tocos. - Afinal não podiam ser diferentes, pois são alunos do
maior “químico” - Oxossi.
Pretos-Velhos
De Nanã
São raros,
sua maneira de incorporação é de forma mais envelhecida ainda. Lenta e muito
pesada. Enfatizando ainda mais a idade avançada. Falam rígido, com seriedade
profunda. Não brincam nas suas consultas e prezam sempre o respeito, tanto do
médium quanto do consulente, e pessoas a volta como: cambonos e pessoas do
terreiro em geral e principalmente do pai ou da mãe de santo. Cobram muito do
seu médium, não admitem roupas curtas ou transparentes. Seu julgamento é
severo. Não admite injustiça. Costumam se afastar dos médiuns que consideram de
“moral fraca”. Mais prezam demais a gratidão, de uma forma geral. Podem optar
por ficar numa casa, se seu médium quiser sair, se julgar que a casa é boa,
digna e honrada. É difícil a relação com esses guias, principalmente quanto há
discordância, ou seja, não são muito abertos a negociação no momento da
consulta. São especialistas em conselhos que formem moral, e entendimento do
nosso karma, pois isso sem dúvida é a sua função. Atuam também como os de
Inhasã e Obaluaiê, conduzindo Eguns.
Pretos-Velhos
De Obaluaiê
São
simples em sua forma de incorporar e falar. Exigem muito de seus médiuns, tanto
na postura quanto na moral. Defendem quem é certo ou quem está certo,
independente de quem seja, mesmo que para isso ganhem a antipatia dos outros.
Agarram-se a seus “filhos” com total dedicação e carinho, não deixando, no
entanto, de cobrar e corrigir também. Pois entendem que a correção é uma forma
de amar. Devido à elevação e a antiguidade do Orixá para o qual eles trabalham,
acabam transformando suas consultas em conselhos totalmente diferenciados dos
demais Pretos-Velhos. Ou seja, se adaptam a qualquer assunto e falam deles
exatamente com a precisão do momento. Como trabalha para Obaluaiê, e este é o
“dono das almas”, esses Pretos-Velhos são geralmente chefes de linha e assim
explica-se a facilidade para trabalhar para vários assuntos. Sua “visão” é de
longo alcance para diversos assuntos, tornando-os capazes de traçar projetos
distantes e longos para seus consulentes. Tanto pessoal como profissional e até
espiritual. Assim exigem também fiel cumprimento de suas normas, para que seus
projetos não saiam errado. Para tanto, os filhos que os seguem, devem fazer
passo a passo tudo que lhes for pedido, apenas confiando nesses Pretos-Velhos.
Gostam de contar histórias para enriquecer de conhecimento o médium e as
pessoas a volta.
Pretos-Velhos
De Yemanjá São belos em suas incorporações,
contudo mantendo uma enorme simplicidade. Sua fala é doce e meiga. Sua
especialidade maior é sem dúvida os conselhos sobre laços espirituais e
familiares. Gostam também de trabalhar para fertilidade de um modo geral, e
especialmente para as mulheres que desejam engravidar. Utilizando o movimento
das ondas do mar, são excelentes para descarregos e passes. Pretos-Velhos De
Oxalá São bastante lentos na forma de incorporar, tornam-se belos
principalmente pela simplicidade contida em seus gestos. Raramente dão
consulta, sua maior especialidade é dirigir e instruir os demais Pretos-Velhos.
Cobram bastante de seus médiuns, principalmente no que diz respeito a prática
de caridade, bom corpontamento moral dentro e fora do terreiro, ausência de
vícios, humildade; enfim o cultivo das virtudes mais elevadas.
Alguns
Pretos-Velhos conhecidos: Pai Cambinda (ou Cambina) Pai Roberto, Pai Cipriano e
Mestre Luiz Pai João D'Angola (também de Minas) Pai Congo Pai José D'Angola Pai
Benguela Pai Jerônimo Pai Francisco Pai Guiné Pai Joaquim (também da Costa) Pai
Antônio Pai Serafim Pai Firmino D'Angola Pai Serapião Pai Fabrício das Almas
Pai Benedito (também de Guiné) Pai Julião Pai Jobim Pai Jacó Pai Serapião Pai
Caetano Pai Tomaz Pai Tomé Pai Malaquias Pai Jobá Pai Dindó Vovó Maria Conga
Vovó Manuela Vovó Chica da Costa D'Africa Vovó Cambinda (ou Cambina) Vovó Ana
Vovó Maria Redonda Vovó Catarina Vovó Luiza Vovó Rita do Cruzeiro das Almas
Vovó Gabriela Vovó Quitéria Vovó Mariana Vovó Maria da Serra Vovó Maria de
Minas Vovó Rosa da Bahia Vovó Maria do Rosário Vovó Benedita Obs: O tratamento
poderá ser substituído por Vovô ou Tio, por Tia.
OS
BOIADEIROS
São
espíritos de vaqueiros, posseiros, capatazes, cangaceiros e espíritos afins.
Sabem que a prática da caridade os levará a evolução, trabalham incorporados na
Umbanda, Quimbanda e Candomblé. Fazem parte da linha de caboclos, mais na
verdade são bem diferentes em suas funções. Formam uma linha mais recente de
espíritos, pois já viveram mais com a modernidade do que os caboclos, que foram
povos primitivos. Esses espíritos já conviveram em sua ultima encarnação com a
invenção da roda, do ferro, das armas de fogo e com a prática da magia na
terra. Saber que boiadeiros conheceram e utilizaram essas invenções nos ajuda
muito para os diferenciarmos dos caboclos. São rudes nas suas incorporações,
com gestos velozes e pouco harmoniosos. Sua maior finalidade não é a consulta
como os Preto-velhos, nem os passes e muito menos as receitas de remédios como
os caboclos, e sim o "dispersar de energia" aderida a corpos, paredes
e objetos. É de extrema importância essa função, pois enquanto os outros guias
podem se preocupar com o teor das consultas e dos passes, existe essa linha
"sempre" atenta a qualquer alteração de energia local (entrada de
espíritos). Quando bradam alto e rápido, com tom de ordem, estão na verdade
ordenando a espíritos que entraram no local a se retirar. Assim,
"limpam" o ambiente para que a prática da caridade continue sem
alterações, já que a presença desses espíritos muitas vezes interfere nas
consultas de médiuns conscientes. Esses espíritos atendem a boiadeiros pela
demonstração de coragem que os mesmos lhes passam e são levados por eles para
locais próprios de doutrina. Outra grande função de um boiadeiro é manter a disciplina
das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes.
Costumam proteger demais seus médiuns nas situações perigosas. São verdadeiros
conselheiros e castigam quem prejudica um médium que ele goste.
"Gostar" para um boiadeiro, é ver no seu médium coragem, lealdade e
honestidade, aí sim é considerado por ele "filho". Pois ser filho de
boiadeiro não é só tê-lo na coroa. Trabalham também para Orixás, mais mesmo
assim, não mudam sua finalidade de trabalho e são muito parecidos na sua forma
de incorporar e falar, ou seja, a energia emanada pelo Orixá para quem trabalha
é apenas um critério interno e obrigatório dentro do próprio "Ori" -
pois na verdade todos são braços de Omulú. Exemplificando essa idéia: Um
boiadeiro que trabalhe para Ogum é praticamente igual a um que trabalhe para
Oxossi, apenas cumprem ordens de Orixás diferentes, não absorvendo, no entanto,
as características deles. Dentro dessa linha, a diversidade encontra-se na
idade dos boiadeiros. Existem boiadeiros mais velhos, outros mais novos, e
costumam dizer que pertencem a locais diferentes, como regiões por exemplo:
Nordeste, Sul, Centro-Oeste, etc... Dentre muitos Boiadeiros, citamos:
Boiadeiro na Jurema, Lajedo, Boiadeiro do Rio, Carreiro, Boiadeiro do Ingá, Navizala,
Boiadeiro de Imbaúba, João Boiadeiro, Boiadeiro Chapéu de Couro, Boiadeiro
Juremá, Zé Mineiro e Boiadeiro do Chapadão, etc ... Sua saudação: "Xetro
Marrumbaxêtro", "Minakêto Navizála"
AS
CRIANÇAS
As almas
de crianças que comparecem nos Terreiros de Umbanda são criaturas infantis que
desencarnaram em tenra idade. Estas entidades são a verdadeira expressão da
alegria e da honestidade. Dessa forma, apesar da aparência frágil, são
verdadeiros magos e conseguem atingir o seu objetivo com uma força imensa. As
almas das Crianças desencarnadas e habitantes de planos astrais ligados à
Umbanda estão em correlação direta com os princípios que regem o Orixá Ibeji de
pureza e inocência, não tendo o seu caráter contaminado por hábitos ou vícios
inferiores. É uma falange de espíritos que assumem em forma e modos, a
mentalidade infantil. Como no plano material, também no plano espiritual, a
criança não se governa, tem sempre que ser tutelada. Normalmente, as Crianças
de Umbanda vêem acompanhadas de um Preto-Velho que tem a responsabilidade por
seu comportamento durante as Giras. As festas em homenagem ao Orixá Ibeji são
feitas com muita alegria, doces, comidas, bolos, brinquedos e brincadeiras. É a
única linha em que a comida de santo - Amalá, leva tempero especial - açúcar. É
conhecido nos terreiros de Nação e Candomblé, como êres. Na representação nos
pontos riscados, a Criança na Umbanda é livre para utilizar o que melhor lhe
aprouver. A linha de Ibeji é tão independente quanto à linha de Exu. Os pedidos
feitos às Crianças nos rituais de Umbanda são uma tradição. As Crianças, na
maioria das vezes, atendem aos pedidos feitos, tendo uma força muito grande no
Plano Astral para que consigam, juntamente com as outras entidades da Umbanda
que os consulentes tenham seus pedidos satisfeitos. As Crianças não gostam de
desmanchar demandas, nem de trabalhar nas desobsessões. Trabalham nas
consultas, onde enquanto essa se desenrola trabalham modificando e equilibrando
a vibração do consulente, regenerando os pontos de entrada de energia do corpo
humano. Tais entidades demonstram em suas atitudes sua pureza, mas identificam
as falhas e os vícios dos encarnados. Não se calam em suas consultas e, mesmo
em sua estrutura infantil, têm mais poder do que imaginamos. Mas como não são
levadas muito a sério, o seu poder de ação fica oculto, são conselheiros e
curadores, por isso foram associadas à Cosme e Damião, curadores que
trabalhavam com a magia dos elementos.
OS
EXUS
Seu
trabalho é dirigido, principalmente à defesa dos seus médiuns e a defesa do
terreiro, porém, são muito procurados para resolver os problemas da vida
sentimental e material. Exu é guardião, é caminho entre a luz e as trevas, e
cobrador perante à Justiça cármica. Costumam trabalhar com velas, charutos,
cigarros, bebidas fortes, punhais em seus pontos riscados, pembas brancas,
pretas e vermelhas . Devido ao seu temperamento forte e alegre costumam atrair
bastante os consulentes , principalmente porque quando falam que vão ajudar
certamente o farão. Nota: Em razão da complexidade da entidade Exu, esse site
reserva um capítulo a parte relativo a esses guardiões da espiritualidade.
OS
CIGANOS
São
entidades oriundas de um povo muito rico de histórias e lendas, de espíritos
que viveram nos séculos XIII, XIV, XV e XVI. Têm, na sua origem, o trabalho com
a natureza, a subsistência através do que plantavam e o desapego as coisas
materiais. A presença dessas entidades é rara, mas quando chegam trazem com
eles todos os mistérios da magia. Trabalham também com as energias do Oriente,
com cristais, incensos, pedras energéticas, com as cores, com os quatro
sagrados elementos da natureza. Santa Sarah Kali é a orientadora do Povo Cigano
nos trabalhos espirituais, não ocorrendo qualquer sincretismo com outra
religião, uma vez que sua função é de orientação. Os Ciganos não trabalham a
serviço de um Orixá específico por isso não são guardiões de um terreiro. Essa
linha trabalha em paralelo e conjugada com as demais, onde o seu compromisso
primeiro é com a caridade e não com nenhuma outra linha específica. Os Ciganos
são protetores e não guardiões. Podem trabalhar dentro da linha de Exu; porém
sem função de chefia e de guarda. Já os Exus Ciganos e Pombo Giras Ciganas são
exus e pombo giras como outros quaisquer exercendo todas as funções que qualquer
exu e pombo gira exercem. Em resumo: cigano é uma coisa, exu cigano é outra.
Eles têm funções diferentes, embora a mesma origem cigana. Encontramos falanges
diversas chefiadas por Ciganos diversos, em planos de atuação diversos. Dentre
os mais conhecidos, podemos citar os Ciganos Pablo,Wlademir, Ramires, Juan,
Pedrovick, Artemio, Hiago, Igor,Vitor e tanto outros, e, da mesma forma, as
Ciganas como Esmeralda, Carmem, Salomé, Carmensita, Rosita, Madalena, Yasmin,
Maria Dolores, Zaria, Sunakana, Sulamita, Wlavira, Liarin, Sarita e muitas
outras também. Para a falange de Ciganos, se possível, deve ser mantido um
altar separado do altar geral, o que não quer dizer que não se possa cultuá-lo
no altar normal. Esse altar deve manter imagens, o incenso apropriado, uma taça
com água e outra com vinho, mantendo a pedra da cor de preferência do Cigano em
um suporte de alumínio.
MARINHEIROS
Os
Marinheiros trabalham na linha de Iemanjá e Oxum (povo d'áqua) e sua mensagem é
de esperança e força, numa alusão de que devemos desbravar o mundo exterior e o
desconhecido dentro de nós, lutando para mantermos a fé e a confiança. São
espíritos de pessoas que em vida foram marinheiros. O plano espiritual superior
os evoca para descarga pesada do templo, desta forma a eles podemos pedir
coisas simples, eles não são muito dados a falar ou dar consultas. Seu trabalho
é realizado em descarregos, consultas, passes, no desenvolvimento dos médiuns e
em outros trabalhos que possam envolver demandas. Na realidade estes abnegados
servidores da lei são verdadeiros “magos que atuam nos mistérios aquáticos” e
com uma forma de atuação única dentro dos domínios da umbanda. Como magos,
trazem para nós, a possibilidade de nos libertarmos de nossos entraves. A
descarga de um terreiro uma vez efetuada será enviada ao fundo mar com todos os
fluidos nocivos que dela provem. Os marinheiros são destruidores de feitiços,
cortam ou anulam todo mal e embaraço que possa estar dentro de um templo, ou
ainda, próximo aos seus frequentadores. Nunca andam sozinhos, quando em guerra
unem-se em legiões, fazendo valer o principio de que a união faz a força, o que
os torna imbatíveis nesse sentido. Alguns representantes mais conhecidos: Maria
do Cais, Chico do Mar, Zé Pescador, Seu Marinheiro Japonês, Seu Iriande, Seu
Gererê e Seu Martim Pescador.
EXU-MIRIM
É mais uma
falange trabalhando junto com Exu e Pomba-gira para a proteção e sustentação
dos trabalhos das casas de Umbanda, realizando trabalhos de limpeza astral,
cura, quebras de demandas, etc. Também chamado de Criança de Encruzo, no caso
masculino e, de Pombagira-menina, em sua manifestação feminina. Pode-se dizer
que os Exus e Pomba giras estão para os Exus-Mirins como os Preto-velhos estão
para as crianças da Linha de Cosme e Damião. Têm como qualidade sua
irreverência e com seu jeito travesso, resolvem mal-entendidos e desmancham
feitiços, abrindo caminhos. São espíritos de muita força e graduação, mas
sempre atendendo aos Orixás Maiores, que irão dar a ordem de bloquear a vida da
pessoa e dar um basta nos erros que está cometendo. Assim como os Exus e
Pomba-Giras, são portadores dos mistérios dos Orixás. A criança de Encruzo ou
Exu-Mirim atua como elemento regressor para o espírito em desequilíbrio, assim
como Exu atua como elemento vitalizador. Atuam nas diversas linhas da Umbanda,
carregando nomes análogos ao dos Exus, conforme a linha em que atuam, como por
exemplo, Caveirinha, Covinha, Calunguinha, Porteirinha (calunga), Pimentinha,
Labareda, Faísca, Malagueta (fogo), Lodinho, Ondinha, Prainha (água), entre
muitos e muitos
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