QUE SAUDADES VÓ E VÔ....
Os
avós nunca morrem, tornam-se invisíveis e dormem para sempre nas
profundezas do nosso coração.
Ainda hoje sentimos a falta deles e daríamos qualquer coisa para voltar
a escutar as suas histórias, sentir as suas carícias e aqueles olhares cheios
de ternura infinita.
Sabemos que é a lei da vida, enquanto os avós têm o privilégio de nos
ver nascer e crescer, nós temos que testemunhar o envelhecimento deles e o
adeus deles ao mundo.
A
perda deles é quase sempre a nossa primeira despedida, e normalmente durante a
nossa infância.
Os
avós que participam na infância dos seus netos deixam vestígios da sua
alma, legados que irão acompanhá-los durante a vida como sementes de amor
eterno para esses dias em que eles se tornam invisíveis.
Hoje
em dia é muito comum ver os avôs e as avós envolvidos nas tarefas de criança
com os seus netos.
Eles são uma rede de apoio inestimável nas famílias atuais. Não
obstante, o seu papel não é o mesmo que o de um pai ou de uma mãe, e isso é
algo que as crianças percebem desde bem cedo.
O vínculo dos avós com os netos é criado a partir de uma cumplicidade
muito mais íntima e profunda, por isso, a sua perda pode ser algo muito
delicado na mente de uma criança ou adolescente. Convidamos você a refletir
sobre esse tema conosco.
O adeus dos avós: a primeira experiência com a
perda
Muitas pessoas têm o privilégio de ter ao seu lado algum dos seus avós
até ter chegado à idade adulta. Outros, pelo contrário, tiveram que enfrentar a
morte deles ainda na primeira infância, naquela idade em que ainda não se
entende a perda de uma forma verdadeiramente real, e onde os adultos, em certas
situações, a explicam mal na tentativa de suavizar a morte ou fazer de conta
que é algo que não faz sofrer.
Embora já não estejam entre nós, eles continuam
muito presentes
Os
avós, embora já não estejam entre nós, continuam muito presentes nas nossas
vidas, nesses cenários comuns que
compartilhamos com a nossa família e também nesse
legado verbal que oferecemos às novas gerações e aos novos netos e
bisnetos que não tiveram a oportunidade de conhecer o avô ou a avó.
Os
avós seguraram as nossas mãos durante um tempo, enquanto isso nos ensinaram a
andar, mas depois, o que seguraram para sempre foram os nossos corações, onde
eles descansam eternamente nos oferecendo a sua luz, a sua memória.
A
presença deles ainda mora nessas fotografias amareladas que são guardadas nos
porta-retratos e não na memória de um celular. O avô está naquela árvore que plantou com as suas próprias mãos, e a avó
no vestido que nos costurou e que ainda hoje temos.
Estão no cheiro daqueles doces que habitam a nossa memória
emocional.
A
sua lembrança está também em cada um dos conselhos que nos deram, nas histórias que nos contaram, na forma como amarramos os sapatos e
até na covinha do nosso queixo que herdamos deles.
Os
avós não morrem porque ficam gravados nas nossas emoções de um modo mais delicado e profundo do que a simples genética.
Eles nos ensinaram a ir um pouco mais devagar e ao ritmo deles, a saborear uma tarde no campo, a descobrir que os
bons livros têm um cheiro especial e que existe uma linguagem que vai muito
mais além das palavras.
É a linguagem de um abraço, de uma carícia, de um sorriso cúmplice e de
um passeio no meio da tarde compartilhando silêncios enquanto vemos o pôr do
sol e num beijo dado de despedida no dia de sua partida.
Tudo isso perdurará para sempre,
e é aí onde acontece a verdadeira eternidade das pessoas.
No legado afetivo de quem nos ama de verdade e que nos honra ao
recordar-nos a cada dia.
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