CHEFE DA CASA

MÃE MARIA DE CAMARGO BIOGRAFIA

  Mãe Maria de Camargo nasceu no dia 29 de outubro , contudo o ano não sabemos com precisão , estima-se que seja entre 1590 e 1592...

MÃE MARIA DE CAMARGO

"O olho é a lâmpada do corpo. Se o teu olho é bom, todo o teu corpo se encherá de luz. Mas se ele é mau, todo o teu corpo se encherá de escuridão. Se a luz que há em ti está apagada, imensa é a escuridão em ti." (Mestre Jesus Cristo).

ORIXÁS




IEMANJÁ
Comemorada em 02 de fevereiro e 31 de dezembro

 Iemanjá, é um orixá africano, cujo nome deriva da expressão Iorubá “Yèyé omo ejá” “Mãe cujos filhos são peixes” comemorada em 31 de dezembro e 02 de fevereiro.
Iemanjá é a deusa da nação de Egbé, nação esta Iorubá onde existe o rio Yemojá (Yemanjá). No Brasil, rainha das águas e mares.

Orixá muito respeitada e cultuada é tida como mãe de quase todos os Orixás por isso a ela também pertence a fecundidade. É protetora dos pescadores e jangadeiros.
Iemanjá é força da natureza que tem papel muito importante em nossas vidas, pois é ela que rege nossos lares, nossas casas. É ela que dá o sentido da família às pessoas que vivem debaixo de um mesmo teto.

Ela é a geradora do sentimento de amor ao seu ente querido, que vai dar sentido e personalidade ao grupo formado por pai, mãe e filhos tornando-os coesos.
Rege as uniões, os aniversários, as festas de casamento, todas as comemorações familiares. É o sentido da união por laços consangüíneos ou não.
Apesar dos preceitos tradicionais relacionarem tanto Oxum como Iemanjá à função da maternidade, pode estabelecer-se uma boa distinção entre esse conceitos.

Saudações a “Rainha do Mar”
As duas orixás não rivalizam (Iemanjá praticamente não rivaliza com ninguém, enquanto Oxum é famosa por suas pendências amorosas que a colocaram contra Iansã e Obá). Cada uma domina a maternidade num momento diferente.
A majestade dos mares, senhora dos oceanos, sereia sagrada, Iemanjá é a rainha das águas salgadas, regente absoluta dos lares, protetora da família. Chamada também de Deusa das Pérolas, é aquela que apara a cabeça dos bebês no momento de nascimento.


Características dos filhos de Iemanjá


Pelo fato de Iemanjá ser a Criação, sua filha normalmente tem um tipo muito maternal. Aquela que transmite a todos a bondade, confiança, grande conselheira. É mãe.
Sempre tem os braços abertos para acolher junto de si todos aqueles que a procuram. A porta de sua casa sempre está aberta para todos, e gosta de tutelar pessoas. Tipo a grande mãe. Aquela mulher amorosa que sempre junta os filhos dos outros com os seus.
O homem filho de Iemanjá carrega o mesmo temperamento: é o protetor. Cuida de seus tutelados com muito amor. Geralmente é calmo e tranqüilo, exceto quando sente-se ameaçado na perda de seus filhos, isto porque não divide isto com ninguém. É sempre discreto e de muito bom gosto. Veste-se com muito capricho. É franco e não admite a mentira. Normalmente fica zangado quando ofendido e o que tem como ajuntó o orixá Ogum, torna-se muito agressivo e radical.
Diferente é quando o ajuntó é Oxóssi, aí sim, é pessoa calma, tranqüila, e sempre reage com muita tolerância. O maior defeito do filho de Iemanjá é o ciúme. É extremamente ciumento com tudo que é seu, principalmente das coisas que estão sob sua guarda.
Gostam de viver num ambiente confortável e, mesmo quando pobres, pode-se notar uma certa sofisticação em suas casas, se comparadas com as demais da comunidade de que fazem parte. Apreciam o luxo, as jóias caras e os tecidos vistosos e bons perfumes. Entretanto, não possuem a mesma vaidade coquete de Oxum, sempre apresentando uma idade maior, mais responsáveis e decididos do que os filhos da Oxum.
A força e a determinação fazem parte de suas características básicas, assim como o sentido de amizade, sempre cercada de algum formalismo. Apesar do gosto pelo luxo, não são pessoas ambiciosas nem obcecadas pela própria carreira, detendo-se mais no dia a dia, sem grandes planos para atividades a longo prazo. Pela importância que dá a retidão e à hierarquia, Iemanjá não tolera mentira e a traição. Assim sendo, seus filhos demoram a confiar em alguém, e quando finalmente passam a aceitar uma pessoa no seu verdadeiro círculo de amigos, deixam de ter restrições, aceitando-a completamente e defendendo-a, seja nos erros como nos acertos, tendo grande capacidade de perdoar as pequenas falhas humanas.
Não esquecem uma ofensa ou traição, sendo raramente esta mágoa esquecida. Um filho de Iemanjá pode tornar-se rancoroso, remoendo questões antigas por anos e anos sem esquecê-las jamais. Fisicamente, existe uma tendência para a formação de uma figura cheia de corpo, um olhar calmo, dotada de irresistível fascínio (o canto da sereia). Enquanto osfilhos de Oxum são diplomatas e sinuosos, os de Iemanjá se mostram mais diretos. São capazes de fazer chantagens emocionais, mas nunca diabólicas. A força e a determinação fazem parte de seus caracteres básicos, assim como o sentido da amizade e do companheirismo.
São pessoas que não gostam de viver sozinhas, sentem falta da tribo, inconsciente ancestral, e costumam, por isso casar ou associar-se cedo. Não apreciam as viagens, detestam os hotéis, preferindo casas onde rapidamente possam repetir os mecanismos e os quase ritos que fazem do cotidiano.
Todos esses dados nos apresentam uma figura um pouco rígida, refratária a mudanças, apreciadora do cotidiano. Ao mesmo tempo, indicam alguém doce, carinhoso, sentimentalmente envolvente e com grande capacidade de empatia com os problemas e sentimentos dos outros. Mas nem tudo são qualidades em Iemanjá, como em nenhum orixá. Seu caráter pode levar o filho desse orixá a ter uma tendência a tentar concertar a vida dos que o cercam – o destino de todos estariam sob sua responsabilidade. Gostam de testar as pessoas.


Culto a Iemanjá
  • Dia da semana: sábado
  • Fio de conta: transparente de cristal branco
  • Ponto de domínio na natureza: mar
  • Flores: rosas brancas, palmas brancas, angélicas, orquídeas
  • Pedras: pérola, água marinha
  • Metal: prata
Sincretismo religioso
Iemanjá é sincretizada com Nossa Senhora dos Navegantes e homenageada em 02 de fevereiro.
Para Iemanjá foi reservado o lugar de Nossa Senhora, sendo assimilado em parte por muitos ramos da Umbanda. Cultuada especialmente também como Nossa Senhora dos Navegantes.


Comemorações e trabalhos espirituais especiais para Iemanjá

Comemoração de Fim de Ano – 31 de dezembro – Participar das oferendas especiais do final de ano ajuda você a abrir os caminhos econômicos para o ano que inicia, trazendo mais prosperidade financeira, saúde, além de paz nos relacionamentos sociais e amorosos.
Com a entrega do “Barco de Iemanjá”  no dia 31 de dezembro  (reveillon) todos os devotos da umbanda podem garantir um ano novo cheio de axé e boas energias para que tudo se realize conforme seus sonhos. 

Comemoração do Dia de Iemanjá – 02 de fevereiro – Dia ideal para os filhos de Iemanjá prestarem homenagens fazendo oferendas a deusa e garantirem as bençãos do seu orixá. Entrega do “Barco de Iemanjá” especial para os filhos da orixá. Para participar da oferenda ou garantir qualquer trabalho espiritual para Iemanjá neste dia entrar em contato com antecedência.









EWÁ



1.     Homenageada em 13 de dezembro, Dia de Santa Luzia
2.     Ewá, orixá do rio Yewa, que fica na antiga tribo Egbado  na Nigéria. 
3. Orixá identificada no Jogo de Búzios pelo odú obeogundá.

Características dos filhos de Ewá


Pessoas de beleza exótica, diferenciam-se das demais justamente por isso. Possuem tendência a duplicidade: Em algumas ocasiões podem ser bastante simpáticas, em outras são extremamente arrogantes; às vezes aparentam ser bem mais velhas ou parecem meninas, ingénuas e puras.
Apegadas à riqueza, as filhas de Ewá gostam de ostentar, de roupas bonitas e vistosas, e acompanham sempre a moda, adoram elogios e galanteios.
São pessoas altamente influenciáveis, que agem conforme o ambiente e as pessoas que as cercam, assim, podem ser contidas damas da alta sociedade quando o ambiente requisitar ou mulheres populares, falantes e alegres em lugares menos sofisticados.
São vivas e atentas, mas sua atenção está canalizada para determinadas pessoas ou ocasiões, o que as leva a desligar-se do resto das coisas. Isso aponta uma certa distracção e dificuldades de concentração em determinados momentos.


 Culto a Ewá
Dia da semana: terça-feira
Cores: Vermelho Vivo, Coral e Rosa
Símbolos: Ejô (cobra) e Espada, Ofá (lança ou arpão)
Elementos: Florestas, Céu Rosado, Astros e Estrelas, Água de Rios e Lagoas
Domínios: Beleza, Vidência (sensibilidade, sexto sentido), Criatividade
Saudação: Ri Ro Ewá!
Uma característica marcante de Ewá é não subir a cabeça de homens sendo um orixá feito somente em filhos de santo mulheres.
Usa como insígnias a âncora e a espadaofá que utiliza na guerra ou na caça, brajás de búzios, roupa enfeitada com ikó (palha da costa) tingida. Gosta de pato, também de pombos, odeia galinhas que é seu grande ewó (proibição).


Lenda de Ewá

De certa feita estando Ewá à beira do rio, com um igba (gamela) cheio de roupa para lavar, avistou de
longe um homem que vinha correndo em sua direção. Era Ifá que vinha esbaforido fugindo de Ikú (a morte).
Pedindo seu auxílio, Ewá despejou toda roupa no chão, que se encontrava no igba, emborcou-o em cima de Ifá e sentou-se. Daí a pouco chega a morte perguntando se não viu passar por ali um homem e dava a descrição. Ewá respondeu que viu, mas que ele havia descido rio abaixo e a morte seguiu no seu encalço. Ao desaparecer, Ifá saiu debaixo do igba e levou Ewá para casa, a fim de torná-la sua mulher.
Ewá domina a vidência, atributo que o deus de todos os oráculos lhe concedeu por esta razão é sincretizada com Santa Luzia.


Sincretismo religioso


Ewá domina a vidênciaatributo que o deus de todos os oráculos lhe concedeu por esta razão ésincretizada com Santa Luzia, a protetora dos olhos que é comemorada em 13 de dezembro. É a padroeira dos oftamologistas e daqueles que têm problemas de visão.

Segundo a tradição da igreja católica foi uma jovem siciliana, venerada pelos católicos como virgem e mártir, que, segundo conta-se, morreu por volta de 304 durante as perseguições de Diocleciano em Siracusa. Na antiguidade cristã, juntamente com Santa CecíliaSanta Águeda e Santa Inês, a veneração à Santa Luzia foi das mais populares e, como as primeiras, tinha ofício próprio. Chegou a ter vinte templos em Roma dedicados ao seu culto.Homenagem em 13 de dezembro






NANÃ

Nanã Burukê é o orixá dos mangues, do pântano, senhora da morte responsável pelos portais de entrada (reencarnação) e saída (desencarne) das almas.

1.     Uma as orixás mais velhas da Umbanda

2.     Identificada no Jogo de Búzios pelos odú ejilobon 

3.     representado materialmente na umbanda através do assentamento sagrado denominado Igba Nanã.

4.     Nanã juntamente com Oxalá teve 4 filhos, os
5.     orixás, Omolú/ObaluaiêOxumarêEwá e Ossaim.

6.     Nanã é dona de um cajado, o ibiri. Suas roupas parecem banhadas em sangue, orixá das águas paradas que mata de repente, ela mata uma cabra sem usar faca. Seus fios de conta são lilás e branco ou roxo.

Culto a Nanã Burukê
Faça suas orações a orixá Nanã todos os domingos conosco clicando aqui.
Nanã é considerada o orixá mais antigo do mundo. Quando Orunmilá chegou aqui para frutificar a terra, ela aqui já estava. Nanã desconhece o ferro por se tratar de um orixá da pré-história, anterior à idade do ferro.
O termo “nanan” significa raiz, aquela que se encontra no centro da terra. Nanã tornou-se uma das yabás (orixás femininas) mais temidas, tanto que em algumas tribos quando seu nome era pronunciado todos se jogavam ao chão.

Nanã é protetora dos idosos 
Nanã é a senhora das doenças cancerígenas, está sempre ao lado do seu filho Omolú. É a protetora dos idosos, desabrigados, doentes e deficientes visuais.


Sincretismo religioso de Nanã com Sant’Ana


Nanã é ligada pelo sincretismo religioso a Sant’Ana, avó de Jesus, mãe de Maria Sant’Ana, comemorada pela igreja católica em 26 de julho, cujo nome em hebraico significa graça, pertencia à família do sacerdote Aarão e seu marido, São Joaquim, pertencia à família real de Davi.
Seu marido, São Joaquim,  fora censurado pelo sacerdote Rúben por não ter filhos homem.
Mas Sant’Ana já era idosa e estéril. Confiando no poder divino, São Joaquim retirou-se ao deserto para rezar e fazer penitência. Ali um anjo do Senhor lhe apareceu, dizendo que Deus havia ouvido suas preces. Tendo voltado ao lar, algum tempo depois Sant’Ana ficou grávida. A paciência e a resignação com que sofriam a esterilidade levaram-lhes ao prêmio de ter por filha aquela que havia de ser a Mãe de Jesus.


Características dos filhos da orixá Nanã


São conservadores e presos aos padrões convencionais estabelecidos pelos homens. Passam aos outros a aparência de serem calmos, mudando rapidamente de comportamento, tornando-se guerreiros e agressivos; quando então, podem ser perigosos, o que assusta as pessoas.

Levam seu ponto de vista às últimas conseqüências, tornando teimosia. Quando mãe, são apegadas aos filhos e muito protetoras. São ciumentas e possessivas. Exigem atenção e respeito, são pouco alegre e não gostam de muita brincadeiras. Os filhos de Nanã são majestosos e seguros nas ações e procuram sempre o caminho da sabedoria e da justiça.




IANSÃ

 EPAHEY OYÁ! Homenageada em 04 de dezembro, Oyá, Iansã ou Inhançã é a orixá dos ventos e dos raios, a deusa que comanda as tempestades e também o espírito dos mortos,  os quais controla com um rabo de cavalo chamado Eruexim – um dos seus símbolos.
Deusa guerreira da Umbanda comemorada em 04 de dezembro
Orixá guerreira, Oyá esposa amada de Xangô, recebe dele o título de Iansã que faz referência ao entardecer, que pode ser traduzido como “a mãe do céu rosado” ou a “mãe do entardecer” portanto o rosa é a de Iansã cor por excelência.

Iansã costuma ser saudada após os trovões, não pelo raio em si (propriedade de Xangô ao qual ela costuma ter acesso), mas principalmente porque Iansã é uma das mais apaixonadas amantes de Xangô, e o senhor da justiça não atingiria quem se lembrasse do nome da amada. Ao mesmo tempo, ela é a senhora do vento e, consequentemente, da tempestade.
Iansã sempre guarda boa distância das outras personagens femininas centrais da Umbanda, e se aproxima mais dos terrenos consagrados tradicionalmente ao homem, pois está presente tanto nos campos de batalha, onde se resolvem as grandes lutas, como nos caminhos cheios de risco e de aventura – enfim, está sempre longe do lar; Iansã não gosta dos afazeres domésticos.
Iansã é extremamente sensual, apaixona-se com frequência e a multiplicidade de parceiros é uma constante em suas lendas, raramente ao mesmo tempo, já que Iansã costuma ser íntegra em suas paixões; assim nada nela é medíocre, regular, discreto, suas zangas são terríveis, seus arrependimentos dramáticos, seus triunfos são decisivos em qualquer tema, e não quer saber de mais nada, não sendo dada a picuinhas, pequenas traições. Iansã é o orixá do arrebatamento, da paixão.

Características dos filhos de Iansã Orixá:

Iansã é homenageada em 04 de dezembro

filho de Iansã é conhecido por seu temperamento explosivo. Está sempre chamando a atenção por ser inquieto e extrovertido. Sempre a sua palavra é que vale e gosta de impor aos outros a sua vontade. Não admite ser contrariado, pouco importando se tem ou não razão, pois não gosta de dialogar.
Em estado normal é muito alegre e decidido. Questionado torna-se violento, partindo para a agressão, com berros, gritos e choro.
Tem um prazer enorme em contrariar todo tipo de preconceito. Passa por cima de tudo que está fazendo na vida, quando fica tentado por uma aventura.
Em seus gestos demonstra o momento que está passando, não conseguindo disfarçar a alegria ou a tristeza. Não tem medo de nada. Enfrenta qualquer situação de peito aberto. É leal e objetivo.
Sua grande qualidade, a garra, e seu grande defeito, a impensada franqueza, o que lhe prejudica o convívio social.
Iansã é a mulher guerreira que, em vez de ficar no lar, vai à guerra. São assim os filhos de Iansã, que preferem as batalhas grandes e dramáticas ao cotidiano repetitivo.
Costumam ver guerra em tudo, sendo portanto competitivos, agressivos e dados a ataques de cólera. Ao contrário, porém, da busca de certa estratégia militar, que faz parte da maneira de ser dos filhos de Ogum, os filhos de Iansã costumam ser mais individualistas, achando que com a coragem e a disposição para a batalha, vencerão todos os problemas.

O arquétipo de Iansã Orixá
São fortemente influenciados pelo arquétipo da deusa aquelas figuras que repentinamente mudam todo o rumo da sua vida por um amor ou por um ideal. Talvez uma súbita conversão religiosa, fazendo com que a pessoa mude completamente de código de valores morais e até de eixo base de sua vida, pode acontecer com os filhos de Iansã num dado momento de sua vida.

Bambuzal é o domínio de Iansã

Da mesma forma que o filho de Iansã revirou sua vida uma vez de pernas para o ar, poderá novamente chegar à conclusão de que estava enganado e, algum tempo depois, fazer mais uma alteração – tão ou mais radical ainda que a anterior.
São de Iansã, aquelas pessoas que podem ter um desastroso ataque de cólera no meio de uma festa, num acontecimento social, na casa de um amigo – e, o que é mais desconcertante, momentos após extravasar uma irreprimível felicidade, fazer questão de mostrar, à todos, aspectos particulares de sua vida.
Os filhos de Iansã orixá são atirados, extrovertidos e chocantemente diretos. Às vezes tentam ser maquiavélicos ou sutis, mas, a longo prazo, um filho de Iansã sempre acaba mostrando cabalmente quais seus objetivos e pretensões.

Sincretismo Religioso e a Oração a Santa Bárbara

Dia do “Acarajé de Iansã”

Yansã, ou Oyá, é um orixá cuja figura, no Brasil, é sincretizada com “Santa Bárbara”, santa da igreja católica.


ORAÇÃO:
“Santa Bárbara, que sois mais forte que as torres das fortalezas e a violência dos furacões, fazei que os raios não me atinjam, os trovões não me assustem e o troar dos canhões não me abalem a coragem e a bravura.
Ficai sempre ao meu lado para que possa enfrentar de fronte erguida e rosto sereno todas as tempestades e batalhas de minha vida, para que, vencedor de todas as lutas, com a consciência do dever cumprido, possa agradecer a vós, minha protetora, e render graças a Deus, criador do céu, da terra e da natureza: este Deus que tem poder de dominar o furor das tempestades e abrandar a crueldade das guerras.
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.”





OXALÁ



É o Trono Natural da Fé e seu campo de atuação preferencial é a religiosidade dos seres, aos quais ele envia o tempo todo suas vibrações estimuladoras da fé individual e suas irradiações geradoras de sentimentos de religiosidade.

Fé! Eis o que melhor define o Orixá Oxalá. Sim, amamos irmãos na fé em Oxalá. O nosso amado Pai da Umbanda é o Orixá irradiador da fé em nível planetário e multidimensional. Oxalá é sinônimo de fé. Ele é o Trono da Fé que, assentado na Coroa Divina, irradia a fé em todos os sentidos e a todos os seres. Comentar Oxalá é desnecessário porque ele é a própria Umbanda. Logo, vamos nos afixar nas suas qualidades, atributos e atribuições.

QUALIDADES: As qualidades de Oxalá são, todas elas, mistérios da Fé, pois ele é o Trono Divino irradiador da Fé. Nada ou ninguém deixa de ser alcançado por suas irradiações estimuladoras da fé e da religiosidade. Seu alcance ultrapassa o culto dos Orixás, pois a religiosidade é comum a todos os seres pensantes. Jesus Cristo é um Trono da Fé de nível intermediário dentro da hierarquia de Oxalá. E o mesmo acontece com Buda e outras divindades manifestadoras da fé, pois muitos Tronos Intermediários já se humanizaram para falar aos homens como homens e , assim, melhor estimularem a fé em Deus. Todas as divindades irradiam a fé. Mas os Tronos da hierarquia de Oxalá são mistérios da Fé e irradiam-na o tempo todo.

ATRIBUTOS: Os atributos de Oxalá são cristalinos, pois é através da essência cristalina que suas irradiações nos chegam, imantando-nos e despertando em nosso íntimo os virtuosos sentimentos de fé. Saibam que a essência cristalina irradiada pelo Divino Trono Essencial da Fé é neutra quando irradiada. Mas como tudo se polariza em dois tipos de magnetismos, então o pólo positivo e irradiante é Oxalá e o pólo negativo e absorvente é Oiá. Oxalá irradia fé o tempo todo e Oiá absorve as irradiações religiosas desordenadas vibradas pelos religiosos desiquilibrados. Ela se contrapõe a ele porque a atuação dela é no sentido de absorver os excessos religiosos vibrados pelos seres que se excedem nos domínios da fé. Já Oxalá irradia fé e estimula a religiosidade o tempo todo, a todos.

ATRIBUIÇÕES: As atribuições de Oxalá são as de não deixar um só ser sem o amparo religioso dos mistérios da Fé. Mas nem sempre o ser absorve suas irradiações quando está com a mente voltada para o materialismo desenfreado dos espíritos encarnados. É uma pena que seja assim, porque os próprios seres se afastam da luminosa e cristalina irradiação do divino Oxalá... e entram nos gélidos domínios da divina Oiá, a Senhora do Tempo e dos eguns negativados nos aspectos da fé.

OFERENDAS: Oxalá é oferendado com velas brancas, frutas, côco verde, mel e flôres. Os locais para oferendá-lo são aqueles que mais puros se mostram, tais como: bosques, campinas, praias limpas, jardins floridos, etc. Já os regentes dos pólos negativos da linha da Fé não se abrem ao plano material e não são invocados ou oferendados.
Oxalá

Orixá masculino, de origem Ioruba (nagô) bastante cultuado no Brasil, onde
costuma ser considerado a divindade mais importante do panteão africano. Na África é cultuado com o nome de Obatalá. Quando porém os negros vieram para cá, como mão-de-obra escrava na agricultura, trouxeram consigo, além do nome do Orixá, uma outra forma de a ele se referirem, Orixalá, que significa, orixá dos orixás. Numa versão contraída, o nome que se acabou popularizando, é OXALÁ.
Esta relação de importância advém de a organização de divindades africanas ser uma maneira simbólica de se codificar as regras do comportamento. Nos preceitos, estão todas as matrizes básicas da organização familiar e tribal, das atitudes possíveis, dos diversos caminhos para uma mesma questão. Para um mesmo problema, orixás diferentes propõem respostas diferentes – e raramente há um acordo social no sentido de
estabelecer uma das saídas como correta e a outra não. A jurisprudência africana nesse sentido prefere conviver com os opostos, estabelecendo, no máximo, que, perante um impasse, Ogum faz isso, Iansã faz aquilo, por exemplo.
Assim, Oxalá não tem mais poderes que os outros nem é hierarquicamente superior, mas merece o respeito de todos por representar o patriarca, o chefe da família. Cada membro da família tem suas funções e o direito de se inter-relacionar de igual para igual com todos os outros membros, o que as lendas dos Orixás confirmam através da independência que cada um mantém em relação aos outros. Oxalá, porém, é o que
traz consigo a memória de outros tempos, as soluções já encontradas no passado para casos semelhantes, merecendo, portanto, o respeito de todos numa sociedade que cultuava ativamente seus ancestrais. Ele representa o conhecimento empírico, neste caso colocado acima do conhecimento especializado que cada Orixá pode apresentar: Ossâim, a liturgia; Oxóssi, a caça; Ogum, a metalurgia; Oxum, a maternidade;
Iemanjá, a educação; Omolu, a medicina – e assim por diante.
Se por este lado, Oxalá merece mais destaque, o considerá-lo superior aos outros (o que não está implícito como poder, mas sim merecimento de respeito ao título de Orixalá) veio da colonização européia. Os jesuítas tentavam introduzir os negros nos cultos católicos, passo considerado decisivo para os mentores e ideólogos que tentavam adaptá-los à sociedade onde eram obrigados a viver, baseada em códigos a eles
completamente estranhos. A repressão pura e simples era muito eficiente nestes casos, mas não bastava.
Eram constantes as revoltas. Em alguns casos, perceberam que o sincretismo era a melhor saída, e tentaram convencer os negros que seus Orixás também tinham espaço na cultura branca, que as entidades eram praticamente as mesmas, apenas com outros nomes.
Alguns escravos neles acreditaram. Outros se aproveitaram da quase obrigatoriedade da prática dos cultos católicos, para, ao realizá-los, efetivarem verdadeiros cultos de Umbanda, apenas mascarados pela religião oficial do colonizador. Esclarecida esta questão, não negamos as funções únicas e importantíssimas de Oxalá perante a mitologia ioruba.
É o princípio gerador em potencial, o responsável pela existência de todos os seres do céu e da terra. É o que permite a concepção no sentido masculino do termo. Sua cor é o branco, porque ela é a soma de todas as cores.
Por causa de Oxalá a cor branca esta associada ao candomblé e aos cultos afro-brasileiros em geral, e não importa qual o santo cultuado num terreiro, nem o Orixá de cabeça de cada filho de santo, é comum que se vistam de branco, prestando homenagem ao Pai de todos os Orixás e dos seres humanos.
Se essa mesma, gostar e quiser usar roupas com as cores do seu ELEDÁ (primeiro Orixá de cabeça) e dos seus AJUNTÓ (adjutores auxiliares do Orixá de cabeça) não terá problema algum, apenas dependendo da orientação da cúpula espiritual dirigente do terreiro.
Segundo as lendas, Oxalá é o pai de todos os Orixás, excetuando-se Logunedé, que é filho de Oxóssi e Oxum, e Iemanjá que tem uma filiação controvertida, sendo mais citados Odudua e Olokum como seus pais, mas efetivamente Oxalá nunca foi apontado como seu pai.
O seu campo de atuação preferencial é a religiosidade dos seres, aos quais ele envia o tempo todo suas vibrações estimuladoras da fé individual e suas irradiações geradoras de sentimentos de religiosidade.

Fé! Eis o que melhor define o Orixá Oxalá.

Sim, amamos irmãos na fé em Oxalá. O nosso amado Pai da Umbanda é o Orixá

irradiador da fé em nível planetário e multidimensional.
Oxalá é sinônimo de fé. Ele é o Trono da Fé que, assentado na Coroa Divina, irradia a fé em todos os sentidos e a todos os seres.
Orixá associado à criação do mundo e da espécie humana. No Candomblé, Apresenta-se de duas maneiras: moço – chamado Oxaguiam, e velho – chamado Oxalufam. O símbolo do primeiro é uma idá (espada), o do segundo é uma espécie de cajado em metal, chamado ôpá xôrô. A cor de Oxaguiam é o branco levemente mesclado com azul, do de Oxalufam é somente branco. O dia consagrado para ambos é a sexta-
feira. Oxalá é considerado e cultuado como o maior e mais respeitado de todos os Orixás do Panteão Africano. É calmo, sereno, pacificador, é o criador, portanto respeitado por todos os Orixás e todas as nações.
A vibração de Oxalá habita em cada um de nós, e em toda parte de nosso corpo, porém velada pela nossa imperfeição, pelo nosso grau de evolução. É o Cristo interior, e, ao mesmo tempo, cósmico e universal; O que jamais deixou sem resposta ou sem consolo um só coração humano, cujo apelo chegasse até ele. O que procura, no seio da humanidade, homens capazes de ouvir a voz da sabedoria e que possam responder-lhe,
quando pedir mensageiros para transmitir ao seu rebanho: “Estou aqui; enviai-Me”.

OXALÁ É JESUS ?
A imagem de Jesus Cristo é figura obrigatoriamente em lugar de honra em todos os Centros, Terreiros ou Tendas de Umbanda, em local elevado, geralmente destacada com iluminação intencionalmente preparada, de modo a conformar uma espécie de aura de luz difusa à sua volta. Homenageia-se Oxalá na representação daquele que foi o “filho dileto de Deus entre os homens”; entretanto, permanece, no íntimo desse sincretismo, a herança da tradição africana: “Jesus foi um enviado; foi carne, nasceu, viveu e morreu
entre os homens”; Oxalá coexistiu com a formação do mundo; Oxalá já era antes de que Jesus o fosse.
Oxalá, assim como Jesus, proporciona aos filhos a melhor forma de praticar a caridade, isto é, dando com a direita para, com a esquerda, receberem na eternidade e assim poderem trilhar o caminho da luz que os conduzirá ao seu Divino Mestre.

CARACTERÍSTICAS
COR
Branca
FIO DE CONTAS
Contas e Missangas brancas e leitosas. Firmas Brancas.
ERVAS
Tapete de Oxalá(Boldo), Saião, Colônia, Manjericão
Branco, Rosa Branca, Folha de Algodoeiro, Sândalo,
Malva, Patchouli, Alfazema, Folha do Cravo, Neve Branca,
Folha de Laranjeira.(Em algumas casas: poejo, camomila,
chapéu de couro, coentro, gerânio branco, arruda, erva
cidreira, alecrim do mato,hortelã, folhas de girassol,
agapanto branco, aguapé (golfo de flor branca), alecrim
da horta, alecrim de tabuleiro, baunilha, camélia,
carnaubeira, cravo da índia), fava pichuri, fava de tonca,
folha de parreira de uva branca, maracujá (flores),
macela, palmas de jerusalém, umbuzeiro, salsa da praia)
SÍMBOLO
Estrela de 5 pontas. (Em algumas casas, a Cruz)
PONTOS DA NATUREZA Praias desertas, colinas descampadas, campos,
montanhas, etc…
FLORES
Lírios brancos e todas as flores que sejam dessa cor, as
rosas de preferência sem espinhos.
ESSÊNCIAS
Aloés, almíscar, lírio, benjoim, flores do campo, flores de
laranjeira.
PEDRAS
Diamante, cristal de rocha, perolas brancas.
METAL
Prata (Em algumas casas: platina, ouro branco).
SAÚDE
Não tem área de saúde específica, pois abrange todo
nosso corpo e nosso espírito.
PLANETA
Sol.
DIA DA SEMANA
Todos, especialmente a Sexta-Feira.
ELEMENTO
Ar
CHAKRA
Coronário
SAUDAÇÃO
Exê Uêpe Babá
BEBIDA
Água mineral, ou vinho branco doce ou vinho tinto doce.
ANIMAIS
Pomba Branca, Caramujo, coruja branca
COMIDAS
Canjica, Acaçá, Mungunzá.
NUMERO
10 (Oxalufã), 8 (Oxaguiã).
DATA COMEMORATIVA 25 de Dezembro
SINCRETISMO
Jesus. (Oxaguiã, Menino Jesus de Praga; Oxalufã, Senhor
do Bonfim)
INCOMPATIBILIDADES Vinho de palma, dendê, carvão, roupa escura, cor
vermelha, cachaça, bichos escuros. Lâminas (Oxalufã)
ATRIBUIÇÕES
As atribuições de Oxalá são as de não deixar um só ser sem o amparo religioso dos mistérios da Fé. Mas nem sempre o ser absorve suas irradiações quando está com a mente voltada para o materialismo desenfreado dos espíritos encarnados.


COZINHA RITUALÍSTICA

CANJICA
Canjica branca (sem aquele olhinho escuro e mal cozida). Colocar em tigela de louça branca. Cobrir com Algodão, Folhas de Saião ou Claras em Neve. Podendo colocar um cacho de uva branca por cima de tudo.
Regar com mel

ACAÇÁ
Cozinhar 1/2 kg de Farinha de Milho branca, como um angu ou mingau. Deixe esfriar um pouco, e faça bolinhos. Em algumas casas se põe, às colheradas, em folhas de bananeira passada ao fogo e enrola-se.
Serve-se depois de frio.
Obs1) Quando colocar esta oferenda, coloque na frente de seu altar com uma copo de água na parte de cima, uma vela de 7 dias a direita, 3 ramos de trigo a esquerda e na parte de baixo encima de uma pano branco coloque um pãozinho cortado em três pedaços, deixe até acabar a vela de 7 dias e veras que criara uma penugem de bolor nos Acaçá, sinal que seu pedido e sua fé foi bem aceita, despache tudo em um
jardim ou campo florido.
Obs2) Já existe à venda no mercado a chamada “farinha de acaçá”, que é a canjica branca já moída, o que facilita enormemente a confecção do acaçá de Oxalá.

MUNGUNZÁ
Escolha 1/2 kg de canjica branca (sem aquele olhinho escuro) e ponha de molho na véspera. No dia seguinte, ponha para cozinhar com água e sal. Quando a canjica começar a amaciar, adicione o leite ralo de 2 cocos, junte o açúcar, misture e, se preciso, ponha mais sal. Acrescente os cravos-da-índia e a canela.
Desmanche o creme de arroz em leite de coco puro e junte ao mungunzá para engrossar o caldo do mesmo. Sirva em pratos fundos, como sopa.
Também se faz agrado com uma mesa de frutas, que não podem ter espinhos farpas ou fiapos, como por exemplo: manga, abacaxi, carambola, cajá-manga, etc.
No Candomblé é o único Orixá que não exige matança, em tempo algum.

LENDAS DE OXALÁ


AGUAS DE OXALÁ

Aproximava-se o dia em que seria realizado no reino de Oyó, a época das comemorações em homenagem a Xangô, Rei de Oyó, onde todos os Orixás foram convidados, inclusive Oxalufã. Antes de rumar a Oyó, Oxalufã consultou seu babalawo a fins de saber como seria a jornada, o babalawo lhe disse: leve três mudas de roupas brancas, pois Exú irá dificultar seus caminhos. E Oxalufã partiu sozinho. O adivinho
aconselhou-o então a levar consigo três panos brancos, limo-da-costa e sabão-da-costa, assim como a aceitar e fazer tudo que lhe pedissem no caminho e não reclamar de nada, acontecesse o que acontecesse.
Seria uma forma de não perder a vida.
Caminhando pela mata encontrou Exú tentando levantar um tonel de Dendê as costa e pediu-lhe ajuda, Oxalufã prontamente lhe ajudou mas Exú, propositalmente derramou o dendê sobre Oxalufã e saiu.
Oxalufã banhou-se no rio, trocou de roupa e continuou sua jornada. Mas adiante encontrou-se novamente com Exú, que desta vez tentava erguer um saco de carvão a costas e pediu a Oxalufã que lhe auxiliasse, novamente Oxalufã lhe ajudou e Exú repetiu o feito derramando o carvão sobre Oxalufã, banhando-se no rio e trocando de roupa, Oxalufã prosseguiu sua jornada a Oyó, próximo já a Oyó, encontrou com Exú
novamente tentado erguer um tonel de melado e a estória se repetiu. Nos campos de Oyó, Oxalufã encontrou com um cavalo fugitivo dos estábulos de Xangô, e resolveu devolver ao dono, antes de chegar a cidade, foi abordado pelos guardas que julgaram-no culpado pelo furto.
Maltrataram e prenderam Oxalufã. Ele, sempre calado, deixou-se levar prisioneiro. Mas, por estar um inocente no cárcere, em terras do Senhor da Justiça, Oyó viveu por longos sete anos a mais profunda seca.
As mulheres tornaram-se estéreis e muitas doenças assolaram o reino. Desesperado Xangô resolveu consultar um babalawô para saber o que acontecia e o babalawô lhe disse: a vida está aprisionada em seus calabouços, um velho sofria injustamente como prisioneiro, pagando por um crime que não cometera. Com essa resposta, Xangô foi até a prisão e lá encontrou Oxalufã todo sujo e mal tratado. Imediatamente o levou
ao palácio e lá chamou todos os Orixás onde cada um carregava um pote com água da mina. Um a um os Orixás iam derrubando suas águas em Oxalufã para lavá-lo. O rei de Oyó mandou seus súditos vestirem-se de branco. E que todos permanecessem em silêncio. Pois era preciso, respeitosamente, pedir perdão a Oxalufã. Xangô vestiu-se também de branco e nas suas costas carregou o velho rei. E o levou para as festas
em sua homenagem e todo o povo saudava Oxalufã e todo o povo saudava Xangô.

LENDA DA CRIAÇÃO

Oxalá, “O Grande Orixá” ou “O Rei do Pano Branco”. Foi o primeiro a ser criado por Olorum, o deus supremo. Tinha um caráter bastante obstinado e independente.
Oxalá foi encarregado por Olorum de criar o mundo com o poder de sugerir (àbà) e o de realizar (àse). Para cumprir sua missão, antes da partida, Olorum entregou-lhe o “saco da criação”. O poder que lhe fora confiado não o dispensava, entretanto de submeter-se a certas regras e de respeitar diversas obrigações como os outros orixás. Uma história de Ifá nos conta como. Em razão de seu caráter altivo, ele se recusou fazer alguns sacrifícios e oferendas a Exú, antes de iniciar sua viagem para criar o mundo.
Oxalá pôs-se a caminho apoiado num grande cajado de estanho, seu òpá osorò ou paxorô, cajado para fazer cerimônias. No momento de ultrapassar a porta do Além, encontrou Exé, que, entre as suas múltiplas obrigações, tinha a de fiscalizar as comunicações entre os dois mundos. Exé descontente com a recusa do Grande Orixá em fazer as oferendas prescritas, vingou-se o fazendo sentir uma sede intensa. Oxalá, para
matar sua sede, não teve outro recurso senão o de furar com seu paxorô, a casca do tronco de um dendezeiro. Um líquido refrescante dele escorreu: era o vinho de palma. Ele bebeu-o ávida e abundantemente. Ficou bêbado, e não sabia mais onde estava e caiu adormecido. Veio então Odudua, criado por Olorum depois de Oxalá e o maior rival deste. Vendo o Grande Orixá adormecido, roubou-lhe o “saco da criação”, dirigiu-se à presença de Olorum para mostrar-lhe o seu achado e lhe contar em que estado se encontrava Oxalá. Olorum exclamou: “Se ele está neste estado, vá você, Odudua! Vá criar o mundo!” Odudua saiu assim do Além e encontrou diante de uma extensão ilimitada de água.
Deixou cair a substância marrom contida no “saco da criação”. Era terra. Formou-se, então, um montículo que ultrapassou a superfície das águas. Aí, ele colocou uma galinha cujos pés tinham cinco garras. Esta começou a arranhar e a espalhar a terra sobre a superfície das águas.
Onde ciscava, cobria as águas, e a terra ia se alargando cada vez mais, o que em iorubá se diz ilè nfè, expressão que deu origem ao nome da cidade de Ilê Ifé. Odudua aí se estabeleceu, seguido pelos outros orixás, e tornou-se assim o rei da terra.
Quando Oxalá acordou não mais encontrou ao seu lado o “saco da criação”. Despeitado, voltou a Olorum.
Este, como castigo pela sua embriaguez, proibiu ao Grande Orixá, assim como aos outros de sua família, os orixás funfun, ou “orixás brancos”, beber vinho de palma e mesmo usar azeite-de-dendê. Confiou-lhe, entretanto, como consolo, a tarefa de modelar no barro o corpo dos seres humanos, aos quais ele, Olorum, insuflaria a vida.
Por essa razão, Oxalá também é chamado de Alamorere, o “proprietário da boa argila”.
Pôs-se a modelar o corpo dos homens, mas não levava muito a sério a proibição de beber vinho de palma e, nos dias em que se excedia, os homens saiam de suas mãos contrafeitas, deformadas, capengas, corcundas.
Alguns, retirados do forno antes da hora, saíam mal cozidos e suas cores tornavam-se tristemente pálidas: eram os albinos. Todas as pessoas que entram nessas tristes categorias são-lhe consagradas e tornam-se adoradoras de Oxalá.

COMO OXALÁ SE TORNOU O PAI DA CRIAÇÃO

Iemanjá, a filha de Olokum, foi escolhida por Olorum para ser a mãe dos orixás. como ela era muito bonita, todos a queriam para esposa; então, o pai foi perguntar a Orumilá com quem ela deveria casar. Orumilá mandou que ele entregasse um cajado de madeira a cada pretendente; depois, eles deveriam passar a noite dormindo sobre uma pedra, segurando o cajado para que ninguém pudesse pegá-lo. na manhã seguinte, o
homem cujo cajado estivesse florido seria o escolhido por orumilá para marido de Iemanjá. os candidatos assim fizeram; no dia seguinte, o cajado de Oxalá estava coberto de flores brancas, e assim ele se tornou pai dos orixás.

COMO OXALÁ APRENDEU A PRODUZIR A COR BRANCA

Certa vez, quando os orixás estavam reunidos, Oxalá deu um tapa em Exu e o jogou no chão todo machucado; mas no mesmo instante Exu se levantou, já curado. Então Oxalá bateu em sua cabeça e Exu ficou anão; mas se sacudiu e voltou ao normal. Depois Oxalá sacudiu a cabeça de Exu e ela ficou enorme; mas Exu esfregou a cabeça com as mãos e ela ficou normal. A luta continuou, até que Exu tirou da própria cabeça uma cabacinha; dela saiu uma fumaça branca que tirou as cores de Oxalá. Oxalá se esfregou, como Exu fizera, mas não voltou ao normal; então, tirou da cabeça o próprio axé e soprou-o sobre Exu, que ficou dócil e lhe entregou a cabaça, que Oxalá usa para fazer os brancos.
Retirado da Apostila do curso de Umbanda da Sociedade Espiritualista Mata Virgem



Nenhum comentário:

Postar um comentário

PEDIDO DE ORAÇÕES

Nome:


Email:


Assunto:


Mensagem: