A palavra
Congá tem origem no idioma Banto, mas está diretamente ligada àquela aquela que
na língua latina significa altar, tendo tanto o alto e o acima, como o nutrir,
o alimentar por significado. Definição bastante adequada à função desempenhada
por todo o Congá, onde se estabelecem pontos energéticos, dos quais o principal
é o Altar.
Vários
povos de diferentes culturas, através de sua hierarquia espiritual (sacerdotes,
Xamãs, Pajés e outros) de alguma forma identificavam locais onde
energeticamente estabeleciam relações com suas divindades e onde aí consagravam
seus cultos a elas, como uma “ponte” entre os humanos e o sagrado, mesmo antes
de se fazer templos destinados a seus cultos.
O Gongá é o
ponto principal de axé do Terreiro. Um local consagrado, onde as energias
são permanentemente renovadas, através de nossas preces e outros objetos
imantados que ali são dispostos, como velas, flores, copos com água, pontos
riscados, pedras e imagens. Imagens de Santos católicos por conta do
sincretismo religioso, de caboclos, de pretos velhos, entre outras entidades de
Umbanda.
Assim como
o Congá, como um todo, é imantado, todos os elementos presentes lá também o
são. Os símbolos ali presentes são energizados para poderem fazer parte deste
ponto sagrado dentro da casa de Umbanda. É no Congá que o altar suspenso se une
a outros pontos energéticos de firmeza espiritual para irradiar a energia por
todo o chão, onde os pés descalços absorvem todo o fluido.
Na Umbanda
lidamos com fluidos às vezes muito pesados e uma grande quantidade de pessoas
não consegue ainda compreender o verdadeiro objetivo da Umbanda. O gongá é o
mais potente aglutinador de forças do templo, ele é atrativo, condensador,
escoador, expansor, transformador. Alimentador dos mais diferentes tipos de
energias e de magnetismo. Existe um processo de constante renovação de força
que emana do gongá, como núcleo centralizador de todos os trabalhos de umbanda.
Características do Gongá:
Atrativo: Atrai os
pensamentos que estão a sua volta num amplo magnetismo de recepção das
ondas emitidas. Quanto mais as imagens e elementos dispostos no altar forem
harmoniosos com os orixás regentes do templo, mais é intensa essa atração.
Gongá com excessos de objetos, dispersa e quebra as energias e suas forças
emitidas.
Condensador: Condensa
as ondas mentais que se “amontoam” ao seu redor, decorrentes da emanação
psíquica dos presentes: palestras, adoração, consultas. Ele absorve os
pensamentos dos consulentes e médiuns.
Escoador: Se o
consulente ainda estiver formas-pensamentos negativos, ao chegar na frente do
gongá, elas serão descarregadas para a terra, passando pelo gongá em patente
influxo como se fosse um para-raios. O gongá absorve as energias negativas dos
consulentes e descarrega na terra.
Expansador: Expande
as ondas mentais positivas dos presentes; associadas aos pensamentos dos guias
que as potencializam, são devolvidas para toda a assistência num processo de
fluxo e refluxo constante.
Transformador: Funciona
como uma verdadeira usina de reciclagem de lixo astral, devolvendo-o para a
terra.
Alimentador: é o
sustento vibratório de todos os trabalhos mediúnicos, pois junto dele fixam-se
no astral os mentores dos trabalhos que não incorporam.
Assim,
podemos verificar que o altar, ou o Gongá, usando terminologia própria da
Umbanda, é uma verdadeira concentração energética. Todos concentram alí seus
pensamentos, suas orações, suas criações mentais mais sutis. Então, quando
precisamos de uma cota energética maior para desenvolver certas atividades, é
só recorrermos a esse “depósito” de energias, pois ele é também um imenso
reservatório de ectoplasma, força nervosa grandemente utilizada por nossos
trabalhadores, em vista da natureza nas nossas atividades.
Desta
forma, é necessário que se cuide muito bem do conga de uma Casa. A harmonia de
uma reunião de Umbanda está diretamente relacionada com a manutenção da boa
prática de energização de todos os símbolos ali presentes, para que a troca
realizada seja intensa e benéfica para todos os participantes da corrente
mediúnica.
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