CHEFE DA CASA

MÃE MARIA DE CAMARGO BIOGRAFIA

  Mãe Maria de Camargo nasceu no dia 29 de outubro , contudo o ano não sabemos com precisão , estima-se que seja entre 1590 e 1592...

MÃE MARIA DE CAMARGO

"O olho é a lâmpada do corpo. Se o teu olho é bom, todo o teu corpo se encherá de luz. Mas se ele é mau, todo o teu corpo se encherá de escuridão. Se a luz que há em ti está apagada, imensa é a escuridão em ti." (Mestre Jesus Cristo).

sexta-feira, 27 de abril de 2018

ESPÍRITO GUARDIÃO





“O “Espírito Guardião” é selecionado entre os antepassados, e está constantemente junto da pessoa. Sua função é protegê-la de tudo que possa levá-la a infelicidade: acidentes, perigos, doenças, más ações, preguiça, depravações, etc. Pressentimentos, sonhos premonitórios, empecilhos, desencontros, as coisas não correrem bem ou escapar-se de um desastre em razão de não se ter conseguido embarcar num veículo por um motivo qualquer, ou ainda quando algum incidente impede a pessoa de aproximar-se de algo nocivo, tudo isso é resultado da ação do Espírito Guardião.”



quarta-feira, 25 de abril de 2018

AS 13 ALMAS BENDITAS - entendo o Cruzeiro das Almas






    O que é o Cruzeiro das Almas?

    Dentro da Umbanda é um dos pontos mais respeitados de todo nosso ritual.  O Cruzeiro das Almas geralmente é encontrado dentro de cemitérios,que na Umbanda chamamos de "Campo Santo" ou "Calunga Pequena".
   
Nesses locais, o Cruzeiro das Almas ficou conhecido como uma grande referência para que as pessoas acendessem velas para iluminar,homenagear e se lembrarem de seus entes desencarnados e que foram sepultadas naquele local, e fazem isso também para que essas almas sejam encaminhadas e cuidadas pelos espíritos de luz em nome do trabalho de caridade e do amor de Deus.
    Para quem já foi a uma Calunga Pequena, é fácil de identificar o Cruzeiro das Almas, que se simboliza com uma grandiosa cruz de madeira, e normalmente fica bem ao centro do Campo Santo, e de fácil acesso e bem visualizado.

    Ali naquele lugar, temos uma grande força espiritual, local onde se trabalha as 13 Almas Benditas, na qual tem a função de auxiliar a entrada das Entidades trabalhadoras da Calunga Pequena para o resgate de espíritos desencaminhados, perdidos e viciosos.
 Esse é um dos trabalhos mais belos da Umbanda, pois ao desencarnar, o espírito por muitas vezes se sente desorientado, perdido, sem saber os acontecimentos, o que fazer e onde seguir. E assim com essa força espiritual é feita essa maravilhosa ajuda a esses espíritos buscarem o caminho que cada um deve seguir, deixando para trás o apego a matéria, a vida encarnada e os bens materiais.

 
A Umbanda é irradiada de luz, e sua ação é de total respeito ao livre arbítrio de cada um, e definitivamente não se faz nenhum trabalho negativo.

    O Cruzeiro das Almas é tão importante aos espíritos assim como o ar é fundamental ao encarnado, pois é ele o portal de passagem onde o espírito passa de um plano vibratório para outro, como por exemplo no momento do desencarne, nas passagens de
um estado de doença física ou emocional, uma obsessão complexa ou mesmo simples, mágoas, ódios, rancores e todo sentimento de ordem negativa para uma situação de cura, equilíbrio e harmonia.

    Muitas pessoas mal informadas, sem teor da religião umbandistas, mistificadores sem orientação, tem o mau costume de dizer que o Cruzeiro das Almas traz má sorte, além de ser um chamariz da morte, contudo nada tem a ver essas colocações, isso não passa de crendices dessas pessoas que veem coisas obscuras até no ar que respiram, é uma falta tremenda de informação, e chega até ser uma falta de respeito com o Cruzeiro, com as Almas e com o Orixá regente desse local, o nosso poderoso Omulú/Obaluaiê.

    Temos que entender que a cruz na Umbanda e um símbolo de ascensão, da conexão entre a espiritualidade, a matéria física e planos vibratórios transcendentes.
   
Nos Terreiros sabemos que Omulú/Obaluaiê é o Orixá que rege toda as forças do Cruzeiro das Almas, e as Entidades de Luz que mais fazem uso desses símbolos são os amáveis Pretos Velhos. Podemos notar isso em seus rosários, seus terços, seus pontos riscados que normalmente tem uma cruz ou mesmo o Cruzeiro das Almas desenhados de forma tradicional, demonstrando assim a elevação espiritual que essas Entidades trazem consigo.

    O mesmo respeito que devemos ter pelo Cruzeiro das Almas devemos ter pelas Entidades que conduzem esse maravilhoso símbolo, pois como observamos a cruz é um símbolo por demais antigo, e os Pretos Velhos são os anciãos da Umbanda. São espíritos velhos, sábios, com tanta elevação que são capazes de transitar em diversos planos sutis da existência. Os terços que carregam consigo trazem a sabedoria de milênios.

    Portanto, para finalizar, vamos ter em mente que o Cruzeiro das Almas é um ponto energético de luz e caridade, que auxilia a nortear os desencarnados, e aos encarnados mostra que não devemos nos apegar nas crendices, levando o nome santo do Cruzeiro das Almas em colocações errôneas. Devemos respeitar o Cruzeiro das Almas, pois certamente um dia passaremos por ele em busca de um portal de passagem entre o mundo material e o mundo espiritual.

  

  Salve o Cruzeiro das Almas!




terça-feira, 24 de abril de 2018

Função difícil... O Desapego




         
    A Umbanda é uma maravilhosa religião que nos mostra tantos caminhos para melhorarmos como pessoa e como espírito, e ela também coloca em nosso entendimento que devemos tentar mudar sempre para podermos seguir por um caminho mais iluminado, naquilo que Deus deseja nos passar através de seus Anjos, Anjos como os Orixás e as Entidades de Luz. 
    Um desses grandes ensinamentos da Umbanda é o desapego, e ela, a Umbanda, que nos mostra que devemos refletir muito antes de levarmos ao extremo as falas como: "Isso é meu. Eu faço. Eu sou. Eu tenho. Eu sei. Eu quero." Pois além dessas frases nos colocarem como apegados as coisas normalmente inúteis para nossa evolução espiritual, ainda nos torna extremamente prepotentes. 
    Sabemos que nós seres humanos somos falhos, sabemos que temos muitos erros, vícios, atos e ações que vão a desencontro com o que deveríamos estabelecer em nossas vidas para podermos ter uma evolução verdadeira, porém deixamos nos levar por esses erros sem muitas vezes nem tentarmos acertar, talvez por receio de perdermos alguma coisa que acreditamos ser importante para nós, e ai que entra a palavra "desapego".
     Temos que entender que necessitamos aprender a lição do desapego, pois como sabemos a matéria é transitória, passa como um sopro de vento; sabemos que somos apenas grãos de areia, e mais dia ou menos dia esse grão se vai com o vento, pois assim é a natureza: nascemos, vivemos e desencarnamos, não há como fugir disso.
     Portanto devemos viver de acordo com a frase espiritualista, que é: "Viva no mundo, mas não seja dele", ou seja, devemos nos focar em nossa postura, em nossas ações e não em que valor temos em um banco, ou que automóvel temos, ou mesmo ainda nas roupas que vestimos.


    Ao deixarmos bens materiais, pessoais, ou qualquer tipo de apego em coisas supérfluas que envolve nossa vida ser maior que a nossa caridade, ao nosso apego a uma verdadeira causa do bem, sem as dores e agonias da melancolia de deixarmos certas coisas para trás.
     Devemos entender que qualquer caminho espiritual está, e deverá alicerçado pela pedra base do desapego, e certamente a Umbanda não é diferente, pois sendo uma religião da humildade, da caridade, e do amor, o desapego é uma linha benéfica a seguir para assim podermos chegar rumo aos braços de Deus nosso Pai Maior.
     A Religião de Umbanda nunca condenará um filho por estar na busca da tranquilidade e estabilidade de vida pessoal e familiar, porém devemos entender que temos que nos manter limitados nessa caminhada, para que sim possamos ter a tranquilidade, mas não devemos colocar essa busca de tranquilidade acima de nossas convicções espirituais e religiosas.
     Essa busca também deve ser colocada nas perdas pessoais, devemos saber que temos que nos desapegar daqueles que já cumpriram seu tempo nessa encarnação, pois ela deve ser uma chama devoradora do valor exacerbado dado a tudo isso. Deve ser como um vento amoroso a lhe mostrar que pessoas vêm e vão, nascem e morrem na carne, mas em espírito e consciência são eternos e nada pode matá-los. Que nada levamos desse mundo, a não ser os tesouros do coração. 
    Não se sinta culpado em sentir saudades, porém a saudade deve ser dos bons momentos com nossos entes amados, e não ficarmos regrando sofrimentos eternizados pela perda.
    
 Dentro das Giras de Umbanda, isso é uma das coisas mais básicas que uma Entidade de Luz nos passa, porém é uma das coisas mais importantes dentro da religião de Umbanda.
     Agora certamente se isso é passado com tanta firmeza dentro das Giras pelas Entidades de Luz, e o consulente não entender essa colocação e continuar apegado, ou a bens materiais, ou aos entes desencarnados, ou a qualquer coisa que possa o levar a distanciar-se da espiritualidade, esse consulente não está enxergando firmemente o tesouro espiritual ensinado a ele, certamente está ligado a outros supostos tesouros que não são ligados a espiritualidade.
     Quando conseguirmos ter essa liberdade do desapego, a Umbanda vai ser outra perante nossos olhos, pois duvidas não teremos mais, em nosso ser vai nascer um amor mais puro e verdadeiro, a caridade virá naturalmente, aquela sensação de cobrança sobre os trabalhos desaparecerá e simplesmente se beneficiará pela presença das Entidades de Luz, captando mais as mensagens dessas divindades, aproveitando muito melhor as lições dadas, sem o interesse extremo de estar na Umbanda para ganhar algo material. E aos olhos da espiritualidade, a Umbanda não terá uma troca a fazer com você, não está ali para te oferecer magias, amarrações, feitiçarias, assim como muitos consulentes imaginam, porém estará ali para completar seu ser, sua alma, seu espírito, com bondade, amor, paz, caridade, e paremos para refletir, que ai sim reside um maravilhoso milagre, pois junto com o desapego virá à verdadeira felicidade que nasce da verdadeira tranquilidade.
     Portanto reflita, se buscares a Umbanda para melhorar sua vida econômica através de um passe de mágica, ou desejar resolver seus problemas com um estalar de dedos, não se dando conta que você está apegado a bens materiais, a status, a pessoas, a falsos amores, a ganância, enfim, a tudo que o ser humano se apega como se fosse de seu direito, infelizmente tenho que dizer que esse não é o caminho para estar dentro da Umbanda, essa forma de pensamento nunca seria um caminho espiritual. 
    Para finalizar gostaria de frisar que prosperidade tem muito mais a ver com desapego do que com dinheiro, temos que entender que só precisamos daquilo que nos traz a sobrevivência, quando nos apegamos a grandiosos valores econômicos, devemos lembrar que isso pode nos tornar escravos dessa necessidade, e sempre buscaremos mais e mais em um apego interminável, fazendo assim que soframos com nossa própria ganância.
     Devemos refletir também que o desapego deve ser colocado diante de outros fatos da vida, como por exemplo, em relacionamentos, nas idas e vindas da vida, perante a morte, pois aquele que realmente prega o desapego, não sofre intensamente, pois vive o presente, ele caminha com o tempo e o modo de vida real, sabendo seguir o fluxo da vida. 
    Sabemos que a religião de Umbanda tem muito a nos oferecer, porém devemos ter olhos para ver essa verdadeira riqueza, olhos que veem o os tesouros do espírito, e não só o material
     Tudo isso em relação ao desapego servirá, caso compreendido, para dar liberdade à pessoa, pois essa compreensão do desapego realmente vai nos tornar livres, livres para assumir as responsabilidades de tudo de bom para nós mesmos, levando tudo de mal que possa acontecer em sua vida a um entendimento muito melhor. 
    Tudo isso pode parecer muito difícil, porém saber se utilizar bem do desapego é um maravilhoso passo para a autorrealização e a aproximação com a espiritualidade.
     Portanto vamos viver para termos o espírito em paz, vamos nos livrar dos excessos de apego aquilo que não nos leva a caminhos de liberdade espiritual, deixarmos de sermos apegados ao material, a matéria, a amores que já se foram, a pessoas que já cumpriram o tempo na terra nessa encarnação, frisando que se ficarmos apegados aos desencarnados, além de nós, estaremos atrasando a evolução de quem já partiu, e assim devemos entender que tudo que nos prende em nosso próprio egoísmo, certamente nos afasta de Deus.



segunda-feira, 23 de abril de 2018

23 DE ABRIL DIA DE SÃO JORGE


História e Lenda De *Ogum*

OGUM

É o Orixá Senhor das contendas, deus da guerra. Seu nome, traduzido para o português, significa luta, briga, batalha. É a divindade da metalurgia, do ferro, aço e outros metais fortes. Ogun é a força incontrolável e dominadora, do movimento, do choque. Patriarca dos exércitos, dono das armas. Ogum é o poder do sangue que corre nas veias. Orixá da manutenção da vida.
Como Exu, Ogum está presente no calor, na ira, no ódio, na cólera. Está presente nas batalhas, brigas, empurrões, na vontade de exterminar. É um Orixá, uma força da Natureza que se faz presente nos momentos de impacto e nos momentos fortes.
O encantamento de Ogun, aquilo que gera sua presença, se faz, como disse antes, nos momentos de impacto, tais como o choque entre dois objetos de metal; uma colisão no ar, no mar e na terra; no estrondo de algo pesado caindo ao chão. Seu encanto está na explosão, no derramamento do ferro fundido.
No dia a dia vamos encontrar esta força denominada Ogun nos estaleiros, nas oficinas de lanternagem, nos ferreiros, nos quartéis, no disparo de uma arma, no ato de se afiar uma lâmina, no trabalho com um serrote, no choque do martelo fincando um prego na parede, no despertar de um relógio, num grito de raiva na dor aguda.
A faca que penetra na carne, a bala que fura a carne, faz o encantamento da força da Natureza, Ogun. É o orixá do impacto, da detonação. O sangue que corre em nosso corpo é um fenômeno regido por Ogun. A vida mantida acesa num ser, é regida por Ogun, Orixá da defesa e da guerra, ele pode até evitar uma briga, mas gosta de lutar e é imbatível.
Ogun também é a viagem, a estada longe, os veículos. Ogun é a jornada, a empreitada, a luta do dia a dia.. É a estrada de ferro, o impacto do trem nos trilhos. Ele é o próprio trem... ele é o próprio trilho.
Considerando como um Orixá impiedoso e cruel, ele pode até passar essa imagem, mas sabe ser dócil e amável. No candomblé é o grande general, marechal e todas as lutas, o grande guardião, pai rígido e severo, mas apaixonado e compreensível.
Ogun é franqueza, a decisão, a convicção, a certeza, o fato consumado, as vias de fato. Ogun é o empilhamento de metais, a bateria que gera a energia, a pilha; é a própria energia, vibrante, incontrolável, devastador, Ogun é a vida em sua plenitude.
Ogun também está presente nas construções, nas edificações, no cimento que vai unir tijolos e construir casas. Ogun é a muralha, o obstáculo difícil de ser vencido. É o amianto, o aço, o ferro, a bauxita, o manganês, o carvão mineral, a prata, o ouro maciço, o diamante em estado bruto.Ele é também a lapidação, o aparelho cirúrgico, o aparelho dentário, o próprio dente. É o ato de cortar, morder, devorar, sem piedade e com a negritude da fome. Ogun também é o zinco, o cobre, o alumínio, o parafuso, o prego, a mola, a viga, a estrutura, o concreto, a dureza, a firmeza.

Mitologia


Ogun é filho de Iemanjá e irmão mais velho de Exu e Oxossi. Por este ultimo nutre um enorme sentimento, um amor de irmão verdadeiro e poderoso, capaz de matar e aniquilar quem puser em risco a tranqüilidade de seu mano Oxossi. Há quem diga, até, que Ogun zela mais pelos filhos de Oxossi que pelos seus próprios, tal é o sentimento que ele tem pelo irmão.
Ogum era um caçador, tranqüilo, calmo, pacato. Bom filho, bom irmão, atencioso e trabalhador. Era ele quem provia sua casa e família, pois Exu gostava de viajar pelo mundo. Oxossi, ao contrario, era mais descansado e contemplativo. Como irmão mais velho, então Ogun cuidava da caça, dos concertos, etc. Mas, dentro de seu coração, existia um enorme desejo em "ganha o mundo", como seu irmão Exu.
Num belo dia, ao voltar de uma exaustiva caçada, Ogun viu sua casa e família ameaçada por guerreiros de terras distantes. Ao ver a casa em chamas e seus entes queridos clamando por socorro, Ogun tomou-se de ira e, sozinho, cheio de ódio, arrasou com os agressores, não deixando um só de pé.
Daí por diante Ogun iniciou Oxossi na arte das caça; mostrou-lhe os caminhos e trilhas da floresta e lhe disse:
- Sempre que estiveres em perigo pense no seu irmão. Onde eu estiver voltarei para defendê-lo.
Aproximou-se de Iemanjá e se despediu:
- Mãe, preciso ir. Preciso vencer e conquistar. Está no meu sangue, essa é a minha vontade.
Desta forma, Ogun partiu e tornou-se o maior guerreiro do mundo. Mesmo sem exercito, vencia todos os exércitos, conquistando tudo aquilo que queria. Ogun se tornou a vitória, a força da conquista.
Esse Orixá, de temperamento explosivo e coração quente, é a força da Natureza talvez mas temida e respeita. Ogun é o gás, a explosão, a guerra, o choque de dois carros, o ferro retorcido, a luta entre os homens e os animais. Ogun é a valentia, a bravura, a coragem, a estocada, a largada, a chegada vitoriosa.
Ogun também é o ciúme, o desabafo, a disputa. Senhor dos metais e incapaz de ser derrotado.
O elemento de Ogun é a terra, e dependendo das qualidades , ou sejam sua fundamentação, carrega também os elementos água e ar.
Quando você sentir seu pulso, seu coração batendo, tenha certeza, Ogun está presente. Quando sentir que seu sangue corre nas veias, pense com convicção. Ogun está presente. Enquanto sentir que existe vida dentro de si, saiba, Ogun a está mantendo e abençoado.


Tudo Sobre Ogum – O Orixá Ferreiro e Grande Guerreiro



Ogum é símbolo de luta e conquistas, um Orixá muito respeitado e cultuado aqui no Brasil. Tem um dos mais fortes sincretismos, representado por São Jorge, também destemido guerreiro e que nunca abandonou sua causa.
Ele é a figura do comandante supremo, e quem necessitar de proteção em momentos de perigo chame por Ogum, pois esse Orixá ferve seu sangue no momento de batalha e lutará a sua frente com todas suas forças.s
Ogum é temido guerreiro que sempre lutou sem parar contra todos que o desafiassem ou procurassem por sua fúria. É também irmão amoroso, filho de Iemanjá, irmão mais velho de Exú Oxóssi, pelo qual sempre teve grande estima, ele que fez suas armas com suas próprias mãos.
Ogum passou para todos os seres humanos o conhecimento sobre batalhas e o trabalho com o metal, trazendo a evolução para toda a humanidade.

História de Ogum


 

A lenda sobre como esse guerreiro virou Orixá conta que um dia, ele foi requisitado para uma batalha que não havia data certa para finalizar. Sendo assim, ele solicitou para seu filho que era o dono do trono de Irê dedicar um dia no ano em seu nome enquanto ele estivesse em batalha, toda população deveria jejuar e fazer silêncio. Dessa forma ele partiu e permaneceu durante sete anos em batalha.
Ao retornar sedento e faminto, bateu em diversas casas pedindo bebida e comida, mas ninguém o atendia, o silêncio na cidade era absoluto. Enfurecido pela falta de consideração da população, Ogum não se controlou e dizimou toda a aldeia a fio de espada. O Orixá só parou quando seu filho apareceu e com a ajuda de Exú, controlou a fúria do pai sem entender o que o motivou a tamanha atrocidade. Ogum então se explicou, disse que as pessoas deveriam ter-lhe recebido com festa e presentes, mas ao contrário quando pediu uma bebida pois estava morto de sede, eles o ignoravam.
Seu filho então o lembrou do pedido que ele fez antes de sair da vila, de um dia de homenagem em silêncio, e aquele era o dia. Tomado por vergonha e remorso, Ogum abriu o chão com sua espada e se enterrou de pé.

A Paixão de Ogum por Oxum

Uma vez, Ogum se cansou de produzir armas de metal e decidiu fugir do vilarejo, se escondendo no meio da floresta. Todos os Orixás fizeram de tudo para chamá-lo de volta, mas nenhum conseguiu. Oxum, ao saber do acontecido, resolveu tentar o feito, os Orixás desacreditaram dela, mas Oxum disse que tinha seus truques.
Chegando no meio da floresta e avistando o guerreiro ao longe, Oxum começou a dançar e cantar espalhando seus encantos pela mata. Assim que Ogum a viu, se apaixonou perdidamente, e começou a segui-la. Fingindo não vê-lo, enquanto ele a seguia, Oxum o levou até a vila. O Orixá não teve outra escolha ao não ser voltar a trabalhar como ferreiro.

Iansã e Obá deixam Ogum por Xangô

Iansã e Obá foram esposas de Ogum, mas ambas se apaixonaram pelos encantos de Xangô e o abandonaram. Para conhecer suas histórias clique em: História de Iansã e História de Obá.

 


Qualidades de Ogum

 

Ogun Akoró
Usa coroa e roupa de mariwó, ele toma conta da casa de Oxalá, ligado a Oxossi e também não come mel.
Ogun Mejé
Ligado a Exú, toma conta das 7 entradas do Irê
Ogun Wáris
Ligado a Oxum, muito requintado, é ferreiro de metais dourados.
Ogun Oniré
Senhor do Irê, filho de Oniré
Ogun Amené
Ligado a Oxum, possui uma conta verde clara
Ogunjá
Somente na África essa qualidade recebe cães como oferenda, está ligado a Yemanjá
Ogun Alagbedé
Ligado a Yemanjá, é o Ogun dos ferreiros.


 

 

Dia de Ogum

 


O dia de comemoração a Ogum é em 23 de Abril, data em que São Jorge foi degolado ao defender os cristãos em Roma.O dia específico para esse Orixá é a Terça-feira.
                      
                           Cores de Ogum

 

Suas cores características são os azuis escuros e o verde. Em algumas qualidades ele também aparece com o uso do vermelho.


Características das Filhas e Filhos de Ogum

 

De físico magro, mas definido, os filhos e filhas de Ogum são aquelas pessoas que não dispensam uma “farra” e pagam para entrar em uma briga, nem precisa iniciar por causa deles, se enxergarem uma confusão nem sabem porquê mas estarão lá no meio. De temperamento forte e impaciente, eles não perdem tempo procurando explicações, já partem para o ataque.
No relacionamento são pessoas muito complicadas de se apegarem a alguém, costumam trocar sempre de parceiros. Eles não acreditam em probabilidades, batalham até mesmo se souberem que é impossível alcançar o sonho, e geralmente eles conseguem o milagre de realizá-lo. Os filhos de Ogum são pessoas de desejos simples, preferem dormir sobre o piso ou em uma rede do que em uma cama confortável, e vivem com o pé no chão.
A principal característica dos filhos e filhas de Ogum é o esforço para conseguir alcançar o desejado, são pessoas batalhadoras e com um espírito incansável. Precisam tomar muito cuidado para não se tornarem desagradáveis, pois possuem o dom de serem líderes e de atingir a vitória, então é bom não deixar a prepotência e a falta de humildade subir a cabeça.
Não conseguem acumular riquezas, tudo que ganham logo gastam com algo que os satisfaça momentaneamente. São pessoas muito comunicativas e alegres, daqueles que dividem sua felicidade, risadas e histórias com todos.

Sincretismo de Ogum

 

Um dos sincretismos mais fortes, Ogum é conhecido como o São Jorge (não é mais considerado Santo pela Igreja Católica, mas os devotos são inúmeros, principalmente aqui no Brasil). Ambos são tradicionalmente guerreiros, que lutam de espada na mão contra a opressão.

A História de São Jorge

Jorge era de família cristã e lutava no exército de Roma desde jovem, após a morte de seu pai, ele mudou com a sua mãe para a Palestina. Aos 23 anos foi promovido a capitão do exército, ágil e muito habilidoso com a espada, despertou inveja em diversas pessoas. Ao se mudar para a corte em Roma para exercer altos cargos, tornou-se de seu conhecimento que o imperador Diocleciano estava organizando uma extermínio aos cristãos. Ao ver o mandato, Jorge apresentou-se e disse que os ídolos que eles cultivavam eram na verdade falsos deuses e que Jesus era o único caminho e salvação. O imperador não pensou duas vezes e mandou torturá-lo,  ele acreditava que perante a dor, Jorge abandonaria o seu Deus. Mas isso não aconteceu, ele insistiu em sua fé.
Outra lenda de São Jorge é sobre o seu simbolismo em matar um dragão. Um reino na Europa estava correndo perigo devido a um dragão que aparecia sempre para tentar quebrar o muro da cidade e destruía tudo a sua volta. Para conter a sua fúria, ele queria o sacrifício de uma jovem moça virgem. Certo dia, a filha do Rei foi a sorteada para servir de oferenda ao monstro. Enquanto esperava a beira do lago sem esperança de ser salva, apareceu um jovem cavalheiro de espada na mão que transformou o dragão em um cordeiro e o entregou a menina dizendo para ela voltar para casa e dizer a todos para que nunca perdessem a fé nos milagres de Deus, pedindo para que todos se convertessem.
Na Bahia Ogum também ficou conhecido como Santo Antônio.



Saudação a Ogum

 

A saudação a Ogum é: Ògún ieé! Que possui o significado: Salve a Ogum, cabeça coroada. Também pode ser mencionada como Ogunhê.
Apesar da imagem de guerreiro temido, Ogum na verdade é a vida em sua plenitude. Poderoso protetor, temido lutador, sua força e garra inspiram muitos filhos e seguidores.


sexta-feira, 20 de abril de 2018

ABIKU - GRAVIDEZ E NASCIMENTOS








Sucessivos abortos numa mesma mulher, partos seguidos da morte da criança recém nascida, morte de crianças ou jovens, repentinas e associadas a estágios significativos de vida, tais como mudanças nas fases de crescimento, aniversários, casamento ou nascimento do primeiro filho, são identificados como acontecimentos ligados aos Àbíkú.

O que é “Àbíkú”?

A tradução literal é “nascido para morrer” (a bi ku) ou “o parimos e ele morreu” (a bi o ku), designando crianças ou jovens que morrem antes de seus pais.  Apresentando nisso uma alteração da ordem natural que socialmente é aceita e entendida como: aqueles que chegaram ao Aiyé (mundo físico) primeiro, voltam primeiro ao Orún (mundo espiritual).

No Orún vive um grupo de crianças chamadas Emere ou Elegbe e este grupo constitui o Egbe Orún Àbíkú, ou seja, sociedade das crianças que nascem para morrer. Contam os mitos que alguns voltariam quando vissem pela primeira vez o rosto da mãe, outros quando casassem, um terceiro grupo voltaria quando completassem determinado tempo de vida, um quarto grupo voltaria quando tivessem o primeiro filho, e assim por diante. E o carinho dos pais, o amor que recebessem ou os presentes não seriam capazes de retê-los no Aiyé. Alguns assumiram o compromisso de que nem nasceriam. Esse pacto deveria ser cumprido e os seus companheiros no Orún manterem-se presentes na sua vida, interagindo no seu dia a dia, para que não o esquecessem e retornassem ao Orún tão logo o momento pactuado ocorresse.

Deixando de lado condições acidentais, temos observado que a ocorrência de Àbíkú numa mãe invariavelmente repete uma história familiar que podemos reconhecer procurando os seus antecedentes. Ou seja, podemos procurar nos antecedentes familiares da mãe para constatar, invariavelmente, que este Àbíkú vem se fazendo presente na família, geração após geração, em linha direta ou não.






Os Abikús tem influência na família, são poderosos manipuladores, videntes, espíritos envelhecidos, atitudes de adulto, etc.
As energias de um Abikú  rondam uma gravidez, por isso é muito importante rezar e pedir ao nosso pai que este dê um bom espírito para a criança que irá nascer.



PEDIDO DE ORAÇÕES

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